EN2 transformou-se em nova atração turística, de Chaves a Faro

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Aos 75 anos, a Estrada Nacional 2 (EN2) transformou-se numa atração turística com cada vez mais viajantes e a rota está a ser consolidada com sinalética, uma página na Internet, uma aplicação móvel e uma rede de agentes.

“A EN2 é uma estrada mítica que tem 75 anos e é a única que liga o país de norte a sul. O nosso objetivo é ajudar a criar riqueza para os residentes ao longo da via”, afirmou hoje à agência Lusa Luís Machado, presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, no distrito de Vila Real.

O autarca, que preside à Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 (AMREN2), foi um dos impulsionadores da Rota da EN2, a estrada que atravessa o país ao longo de 739 quilómetros, de Chaves até Faro.

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A EN2 é muitas vezes comparada com a ‘Route’ 66, porque, à semelhança do que acontece com a estrada norte-americana, também rasga o país de uma ponta à outra.

O autarca destacou que este é um projeto intermunicipal, que une 35 municípios, e salientou que a EN2 se transformou numa “atração turística”, que proporciona “opções diferentes” para os viajantes, é também um “destino seguro” em tempos de pandemia e um “produto intergeracional”.

Pela “mítica” Estrada Nacional 2 encontram-se atualmente 1.200 estabelecimentos com o selo ‘Clean & Safe’ atribuído pelo Turismo de Portugal.

A EN2 está também, segundo o autarca, a “alavancar novos negócios” ao longo do trajeto e, este ano, agências de viagem criaram pacotes turísticos, desafiando os portugueses à descoberta do país pela sua “coluna vertebral”.

“Estão a surgir lojas dedicadas só a produtos da N2 e que vivem só da oferta da N2, mas também temos assistido à reconversão de muitos espaços”, exemplificou.

Segundo Luís Machado, neste momento está em curso a concretização de um projeto de valorização turística que vai implementar mais sinalética, formação e informação sobre os municípios.

O projeto resulta de candidatura no valor de cerca de 400 mil euros, com comparticipação do Turismo de Portugal de 90%, que foi aprovada no âmbito do programa Valorizar e possui três eixos: sinalética, conteúdos e capacitação dos parceiros que aderirem à Rota.

Luís Machado explicou que se pretende colocar sinalética na estrada, que não se faz nos dois sentidos em todo o seu percurso, e ainda instalar informação indicativa da N2 nos municípios.

“Já temos o caderno de encargos pronto e só falta a homologação do sinal de informação turística por parte da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Esperamos que a homologação seja feita ainda durante este mês para em julho avançarmos para o terreno”, salientou.

O segundo eixo visa a criação de uma aplicação móvel que dará informações ao viajante sobre o local onde está, como, por exemplo, o que visitar, onde comer ou onde dormir.

O autarca disse que esta ‘app’ deverá estar também pronta em julho.

No início de junho foi já lançado o site www.rotan2.pt onde o turista pode encontrar informações sobre gastronomia, alojamento, património entre outras.

O site registou 16.575 utilizadores até esta semana. Segundo os dados facultados pelo servidor, já pesquisaram a página utilizadores de 65 países.

Paralelamente está em execução a capacitação dos parceiros e criação de uma rede de agentes.

“Já está adjudicado esse trabalho que tem a ver com a formação e a capacitação de todos os parceiros da EN2, desde restaurantes, unidades de alojamento, estabelecimentos comerciais ou, no caso de Santa Marta de Penaguião, ainda produtores de vinho, que se queiram associar ao projeto”, salientou.

O autarca referiu que se pretende que cada um destes parceiros seja também uma espécie de guia do turista em cada território, que saiba a história de cada localidade e as histórias da EN2.

“A EN2 tem sido muito procurada. No ano passado, não sendo os números oficiais, andarão acima dos 50 mil os turistas que percorreram a estrada, tanto portugueses como estrangeiros, nomeadamente espanhóis”, afirmou.

A estrada passa pelo interior das povoações, de Trás-os-Montes ao Algarve, e liga paisagens tão diferentes como as vinhas do Douro, as planícies do Alentejo ou as praias do sul do país.

E é, segundo o autarca, “este potencial paisagístico e patrimonial que se quer aproveitar”.

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