Entrevista ao Presidente da Junta do Montenegro, concelho de Faro

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Recenseamento é vital para reforço do orçamento da Junta

O Montenegro é muitas vezes a primeira e última imagem que os turistas têm quando chegam e partem do Aeroporto de Faro. Sede de uma das mais importantes casas de conhecimento e formação da região – a Universidade do Algarve – e por isso mesmo, uma freguesia jovem, tem potencial para ser mais dinâmica mas as dificuldades orçamentais são um entrave

Jornal do Algarve – O Montenegro acolhe o aeroporto, a ilha de Faro, a Universidade. Isso é sinónimo de uma freguesia próspera?Steven Piedade – Claramente, é uma jovem Freguesia onde reside uma população predominantemente jovem. Narra a história que as suas gentes dedicavam-se essencialmente a atividades relacionadas com o setor primário, na altura a realidade e a economia local eram outras.
Com a abertura do Aeroporto Internacional de Faro, esta realidade foi sendo alterada progressivamente, houve um incremento na sediação de empresas, na fixação de população, a Freguesia foi criando uma nova dinâmica. Com a chegada da Universidade do Algarve – Campus Gambelas, foi o “boom”. Muitos dos que por cá estudaram, apaixonaram-se pela qualidade de vida que a Freguesia oferece e acabaram por adquirir habitação, criarem as suas empresas, constituíram família, enfim, contribuíram para o desenvolvimento social e económico que elevaram Montenegro a Freguesia. A sua localização e envolvente proporcionam condições particulares para a prática de desportos náuticos, bicicleta ou pedestrianismo. Veja-se o movimento de pessoas que, diariamente, vindas de vários pontos do concelho, se dirigem ao Ludo, ao Pontal e à Praia de Faro para fazerem marcha, corrida, caminhada ou circuitos de bicicleta.

JA- Neste momento quais as áreas em que sente maior necessidade de intervir?
SP– A freguesia carece de algumas intervenções urgentes. Uma das mais assinaladas pelos seus residentes refere-se à mobilidade automóvel e pedonal. Desde a nossa tomada de posse foram já realizadas algumas intervenções nas principais artérias de Montenegro e, neste momento, estudam-se outras alterações a implementar. Outro aspeto a ter em conta é a necessidade de se devolver a entrada à Freguesia pelas Pontes de Marchil. Mais uma entrada, requalificada, muito ajudaria na fluidez do trânsito local e pedonal. A requalificação das ruas Dr. Egas Moniz, Bento Jesus Caraças, Abel Viana e Rocheta Cassiano são também uma aspiração da população e do Executivo.
Outra preocupação que partilhamos com a população é a limpeza. Para além do bem-estar dos que aqui residem não nos podemos esquecer que somos o cartão-de-visita para quem chega ao Aeroporto de Faro. Temos consciência de que há um longo caminho a percorrer e que, em conjunto com a comunidade, famílias, empresas, serviços, escolas, devemos trabalhar as questões ligadas ao ambiente e ao bem-estar.

JA – Quais as maiores dificuldades com que se depara no trabalho da Junta de Freguesia?
SP – Devido à perda sistemática de verbas nos últimos Orçamentos do Estado e ao re-equilíbrio financeiro da Câmara Municipal de Faro, a freguesia vê o seu orçamento reduzir-se de forma preocupante. Esta descapitalização levará a que, no futuro, a Junta veja diminuída a sua capacidade de intervenção, prejudicando-se assim a população. Pretendemos lutar contra este fator e, como tal, vamos empenhar-nos na promoção do recenseamento da população residente na Freguesia cujo número de cidadãos recenseados está muito aquém do número de cidadãos efetivamente residentes. É preciso dar a conhecer as vantagens do recenseamento bem como as respetivas implicações no orçamento da Freguesia.

JA – A falta de uma sede de freguesia é um obstáculo no serviço à comunidade?
SP – Sem dúvida. Quase diariamente, recebo voluntários que se dirigem à Junta na intenção de prestar serviços básicos à população, nas mais diversas áreas de formação, consultas pré-parto, enfermagem, saúde oral, artes, atividade física. No entanto, as instalações da Junta não oferecem condições que nos permitam protocolar e viabilizar serviços e disponibilizá-los à população. Considerando a larga expansão urbanística verificada no Montenegro nos últimos anos, lamentamos o conformismo com tal situação. Perderam-se oportunidades de estabelecer parcerias público-privadas que viabilizassem uma sede com a dignidade e com as condições de trabalho e projeção que uma Freguesia com a nossa merece.

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