Escolas do Algarve no topo da lista nacional de alunos sem professores

ouvir notícia

Alunos de escolas do Algarve, assim como da Grande Lisboa, continuam sem todos os professores atribuídos no arranque do segundo período de aulas, que começou esta semana no ensino básico e secundário.
Os dados constam de um estudo realizado pelo blogue do professor Arlindo Ferreira, especialista em Estatísticas da Educação.
De acordo com o estudo, o segundo período de aulas volta a ser problemático para estudantes de Lisboa e do Algarve, duas regiões afetadas pela recusa dos professores em dar aulas.
No concelho de Lisboa, ainda havia 172 horários vazios em contrato de escola de oito ou mais horas, seguindo-se Sintra (125 horários), Seixal (68 horários), Cascais (67 horários), Almada (61) e Amadora (59).
Também há falta de professores em escolas dos concelhos de Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira, Oeiras, Olhão, Barreiro, Silves, Setúbal, Moita, Loulé e Faro, segundo o levantamento hoje divulgado.
Sesimbra, Portimão e Palmela também surgem na lista dos concelhos com mais horários em contratação de escola recusados nas reservas de recrutamento.
A soma dos horários dos 20 concelhos mais penalizados totaliza quase mil horários de pelo menos oito horas semanais.
O estudo apresenta os concelhos com mais contratações de escola e com horários superiores a oito horas, ou seja, colocações que já tinham sido recusadas duas vezes.
As escolas com mais dificuldade em contratar professores são as de Olhão, Seixal e Silves, onde a taxa de não aceitação foi superior a 20%.
Em Olhão, a taxa de não aceitação foi de 34%, seguindo-se o Seixal com uma taxa de 28,8% e Silves com 23,3%.
Na contratação de escola podem aparecer horários inferiores a oito horas letivas ou então horários que foram por duas vezes recusados na Reserva de Recrutamento.
A dificuldade em contratar professores para as escolas da zona de Lisboa e do Algarve é um problema conhecido pelo Ministério da Educação que já anunciou estar a estudar formas de conseguir incentivar os docentes a aceitar estas vagas.
Os baixos salários associados a estes horários e as rendas das casas nestas duas regiões do país têm sido apontadas como as principais razões para recusar as vagas abertas nas escolas.
A agravar esta situação, está o envelhecimento do corpo docente: Nos próximos quatro anos, cerca de 18 mil professores que estão atualmente nas escolas irão para a reforma.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.