As dívidas vencidas do Estado a fornecedores ascendiam a 2,8 mil milhões de euros em julho, tendo sofrido um ligeiro decréscimo face ao mês anterior em que o total superava os três mil milhões de euros, segundo o relatório da Comissão Europeia relativo à 8ª e 9ª avaliações hoje divulgado.
A maior fatia das ‘arrears’ (dívidas vencidas há mais de 180 dias) estão do lado do Serviço Nacional de Saúde (982 milhões de euros, face aos 937 milhões um mês antes) e dizem respeito, sobretudo, a faturas de medicamentos.
Depois das negociações com a indústria farmacêutica, concluídas em setembro, vai ser posto em marcha um segundo programa de pagamento de dívidas a laboratórios, no valor total de 432 milhões de euros. Porém, o relatório menciona que apesar de se esperar um decréscimo significativo no montante da dívida até ao final do ano, o problema é que o stock continua a acumular.
Em particular nos hospitais EPE, que somam 34 milhões de euros de nova dívida vencida a cada mês que passa, o que compara com os 75 milhões de euros por mês, no ano passado.
A Comissão Europeia reforça que apesar da redução ser significativa “são necessários mais esforços” para se atingir o objetivo de travar o acumular de stock de dívida vencida.
E avisa que os hospitais EPE vão estar debaixo de olho. Em dezembro, uma equipa da troika liderada por técnicos do FMI irá verificar se as regras que limitam o endividamento estão a ser cumpridas por estas unidades.
Ana Sofia Santos (Rede Expresso)