Estados Unidos e Irão extremam posições

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Teerão condenou à morte por espionagem um cidadão norte-americano de origem iraniana na altura em que os EUA ameaçam com novas sanções ao seu programa nuclear.

“Trabalho para um país inimigo… ser membro da CIA e o esforço desenvolvido para acusar o Irão de envolvimento em terrorismo” são as acusações ao cidadão norte-americano de ascendência iraniana Amir Mirzai Hekmati, que culminaram na sua condenação à morte, anunciada ontem, em Teerão. O julgamento por espionagem decorreu ao longo do mês de dezembro.

Quer fontes oficiais norte-americanas quer a sua família nos Estados Unidos negam o envolvimento de Hekmati em espionagem e, já antes do veredicto, a família deste ex- Marine (de 2001 a 2005) negava as acusações que lhe eram feitas.

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Amir Mirzai Hekmati foi detido em agosto de 2011, enquanto visitava a avó e outros familiares no Irão, de acordo com a sua família nos EUA. Segundo a agência semioficial iraniana Fars, que difundiu a notícia da condenação à morte, o ex-militar trabalhou para a CIA quando deixou os Marines, sendo enviado para o Afeganistão, onde tinha acesso a documentos secretos.

Nas sessões do julgamento em dezembro, os procuradores citaram aquilo que consideravam ser uma confissão de Hekmati, feita dias antes à televisão estatal iraniana: o réu admitiu ter tentado infiltrar os serviços de informação iranianos para a CIA. De acordo com a Fars, Hekmati reconheceu as suas ligações àquela agência norte-americana, mas sublinhou não ter intenção “de prejudicar o Irão”.

Escalada de tensão

A condenação à morte surge num momento particularmente tenso depois de, no domingo 8, os Estados Unidos terem declarado que “responderiam” pela força caso o Irão tentasse bloquear o estreito de Ormuz, uma passagem estratégica para o tráfego marítimo do petróleo. “É outra linha vermelha” que não deve ser ultrapassada, declarou a propósito no programa “Face the Nation” da cadeira CBS o secretário norte-americano da Defesa, Leon Panetta.

Teerão declarou que poderia fechar o estreito de Ormuz caso os Estados Unidos e a União Europeia decidam aplicar novas sanções ao Irão por causa do seu programa nuclear. A tensão entre os dois países aumentou recentemente desde que, na terça-feira 3 de janeiro, os iranianos realizaram manobras militares contra a presença da Marinha norte-americana no Golfo.

JA/Rede Expresso
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