Centenas de pessoas voltaram a sair às ruas de várias cidades dos Estados Unidos na segunda-feira, na quinta noite consecutiva de manifestações contra a violência policial sobre negros, depois de dois incidentes distintos há uma semana terem voltado a mobilizar milhares de pessoas contra a discriminação de afro-americanos.
Uma das maiores manifestações de segunda à noite, madrugada desta terça em Portugal, aconteceu em Atlanta, no estado da Georgia, no sul dos EUA, onde 16 pessoas terão sido detidas, avançam os media locais. Esse protesto acabou quando o autarca de Atlanta, Kasim Reed, e o chefe da polícia da cidade, George Turner, anunciaram que vão dar início a um debate inclusivo e abrangente sobre a questão da violência policial e do racismo que comanda as forças de segurança.
O departamento da polícia de Atlanta despediu ontem um dos seus agentes, após ter sido provado que matou um negro desarmado em julho, à semelhança do que colegas seus fizeram em Baton Rouge, no Louisiana, e em Falcon Heights, no Minnesota, há uma semana, espoletando a nova onda de protestos.
Baton Rouge e Falcon Heights, onde foram mortos, respetivamente, Alton B. Sterling e Philando Castile entre segunda e terça da semana passada, também foram palco de protestos esta madrugada, a par de Chicago, Baltimore e Houston. Em Baltimore, houve relatos de um tiroteio que terá provocado cinco feridos.
Dallas, onde um soldado norte-americano regressado há um ano do Afeganistão abriu fogo sobre agentes da polícia durante a primeira noite de grandes protestos contra a violência racial, matando cinco agentes e ferindo outros seis, recebe hoje Barack Obama.
O presidente norte-americano vai estar presente nos funerais dos agentes e falará à nação a partir da cidade texana, antes de se reunir com representantes da sociedade civil e das forças de segurança na quarta-feira.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)