Geir H. Haarde arrisca-se a uma pena de dois anos de prisão, por responsabilidade no colapso financeiro da Islândia, em 2008.
O ex-primeiro-ministro islandês começou hoje a ser julgado por negligência na condução do país que acabou no colapso financeiro, em outubro de 2008.
Geir Haarde, 61 anos, é acusado de ignorar os alertas da supervisão em relação à crise iminente, que atingia os principais bancos islandeses.
“Sou inocente e rejeito todas as acusações infundadas”, afirmou o ex-primeiro-ministro islandês.
O Parlamento aprovou, em setembro de 2010, a ida de Haarde a tribunal, por decisão da comissão de investigação, recorrendo a Islândia, pela primeira vez ao Landsdomur, um tribunal especial para julgar atuais ou ex-governantes.
Já na audiência preliminar, o ex-primeiro ministro islandês tinha declarado inocência, contando hoje, em tribunal, com as mais importante figuras políticas do país como testemunhas: a primeira-ministra Jóhanna Sigurdardóttir, o ministro das Finanças Steingrímur Sigfússon e o ex-chefe de Estado Davið Oddsson, segundo o jornal espanhol “Cinco Dias”.
Defesa fala em discriminação
O advogado de defesa defende a tese que Haarde não podia intervir na atividade dos bancos e que a supervisão financeira é que deveria ter travado o colapso bancário. O ex-primeiro-ministro islandês deverá conhecer a sentença final a 15 de maio, podendo arriscar-se a uma pena até dois anos de prisão.
A investigação considerou Haarde e outros três políticos responsáveis pela falência do país, mas o parlamento decidiu que só o ex-primeiro ministro devia ir ao Landsdomur. A defesa fala em “tratamento discriminatório”.
Em 2009, Geir Haarde demitiu-se do Executivo islandês, uma coligação do partido da Independência com o partido social-democrata, depois de o Governo ter assumido o controlo dos três principais bancos do país, face à crise financeira.
A Islândia, ilha com uma população de 320 mil habitantes, está a negociar a entrada na União Europeia, apesar da oposição de cerca de dois terços dos islandeses, e tem eleições gerais marcadas para 2013.