Geir Lundestad, que durante 35 anos foi secretário do comité norueguês encarregado de escolher os vencedores do Nobel da Paz, reconhece que foi prematuro atribuir o prémio a Barack Obama, em 2009.
A admissão é feita no livro de memórias que Lundestad acaba de publicar. O objeto do prémio era funcionar como estímulo ao Presidente norte-americano (“um argumento apenas parcialmente válido”, segundo Lundestad), que fora eleito menos de um ano antes. Mas as expectativas não foram realizadas.
Na altura a escolha surpreendeu o mundo, e mesmo apoiantes de Obama. Ele próprio chegou a considerar a hipótese de não ir a Oslo receber a distinção. Mas a Casa Branca “depressa percebeu que tinha de ir a Moscovo”, conta o ex-secretário. Anteriormente, só em raros casos isso não tinha acontecido, em especial tratando-se de dissidentes cujos governos os impediram de deixar os seus países.
O livro de Lundestad, intitulado “Secretário da Paz”, conta outras histórias de bastidores, incluindo algumas relativas a pressões políticas – por exemplo do governo chinês, para o prémio não ser atribuído a Liu Xiaobo, um opositor que em 2010 já se encontrava preso, e continua até agora – bem como alguns pormenores sobre o comportamento de alguns dos agraciados em Oslo.
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