Face Oculta: todos os 37 arguidos vão ser julgados

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Armando Vara foi pronunciado por três crimes de tráfico de influência. Antigo ministro terá recebido €25 mil a 20 de junho de 2009 de Manuel Godinho, em casa deste sucateiro.

O ex-ministro Armando Vara foi esta tarde pronunciado por três crimes de tráfico de influência no processo Face Oculta. José Penedos será julgado por dois crimes de corrupção e o seu filho Paulo Penedos por um crime de tráfico de influência. O juiz Carlos Alexandre manteve integralmente toda a acusação do Ministério Público de Aveiro, segundo anúncio feito há momentos pelo próprio magistrado.

Segundo o despacho instrutório anunciado hoje pelo juiz Carlos Alexandre, no Tribunal de Monsanto, Armando Vara terá recebido 25 mil euros no dia 20 de junho de 2009 das mãos de Manuel Godinho, na casa deste sucateiro, em Furadouro, Ovar.

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José Penedos, antigo secretário de Estado da Defesa e da Energia, que à data das investigações da Polícia Judiciária de Aveiro era presidente da REN, foi esta tarde pronunciado por dois crimes de corrupção passiva e dois delitos de participação económica em negócio.

Paulo Penedos, advogado e filho do ex-presidente da REN, que era assessor jurídico do então administrador da PT Rui Pedro Soares, foi pronunciado por um crime de tráfico de influência.

Manuel Godinho não compareceu

Quanto a Manuel Godinho, hoje ausente do Tribunal de Monsanto por motivos de saúde e único arguido do processo Face Oculta que cumpriu prisão preventiva, foi o arguido pronunciado por mais crimes: ao todo 60 casos, mais concretamente de um crime de associação criminosa, duas dezenas de crimes de corrupção e oito de tráfico de influência.

Manuel Godinho é ainda acusado de três crimes de furto qualificado, 14 crimes de burla, doze de falsificação de notação técnica e ainda um de perturbação de arrematação pública, segundo o despacho de pronúncia lido pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.

No despacho final do Ministério Público, lavrado a 28 de fevereiro de 2010, eram acusadas 34 pessoas e duas empresas, que neste último caso estão sujeitas a penas até à sua dissolução. Mas durante a instrução foi constituído um 37.º arguido, Joel Costa, funcionário em Viseu da empresa pública Estradas de Portugal, levando a que outro arguido, Hugo Godinho, sobrinho do sucateiro de Ovar, tenha sido acusado por mais um crime, pelo que será amanhã ouvido pelo MP.

Vários crimes

Os crimes imputados genericamente aos arguidos são de associação criminosa, corrupção ativa e passiva para ato ilícito, furto qualificado, burla qualificada, falsificação de notação técnica e perturbação de arrematação pública.

A operação Face Oculta foi desencadeada a 28 de outubro de 2009 pela Polícia Judiciária de Aveiro, na sequência de investigações a alegados crimes fiscais atribuídos ao sucateiro Manuel Godinho, um processo que foi remetido pela PJ há duas semanas para o DIAP de Aveiro e que aguarda o despacho do Ministério Público.

JA/Rede Expresso
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