Faculdade de Economia da Nova eleita número um a nível internacional

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Hoje em Roterdão, o instituto liderado por José Ferreira Machado é reconhecido como o melhor da rede multinacional de ensino CEMS, que integra 26 escolas de topo.

A Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (FEUNL) é eleita hoje a melhor escola da rede multinacional de ensino CEMS, que resulta da parceria entre 26 instituições de ensino de topo e 64 parceiros empresariais (onde também se incluem organizações não governamentais), uma espécie de ‘liga de honra’ do ensino da gestão a nível internacional.

A cerimónia decorre em Roterdão, na Holanda, onde se encontra uma comitiva da Nova. Além de melhor escola CEMS, a faculdade também é distinguida com o prémio de melhor professor da cadeira exclusiva criada para o mestrado em gestão internacional (MIM), o programa estrela do CEMS – que foi considerado o melhor programa de gestão do mundo, entre 50 analisados, em 2009, pelo Financial Times.

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José Neves Adelino, professor catedrático de finanças da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

O professor catedrático José Neves Adelino foi eleito o número um nesta categoria, com a cadeira Applied Corporate Governance (cadeia aplicada em governo empresarial), que foi desenvolvida, em particular, para o mestrado do CEMS e que lhe tem levado meses de trabalho.

A Nova integrou este clube restrito (o CEMS escolhe apenas uma escola por país) em Outubro de 2009 (numa competição renhida com outra escola de gestão portuguesa) e conseguiu o feito de ser eleita a melhor da rede no primeiro ano em que disponibilizou MIM – que dura um ano, sendo o primeiro semestre passado em Lisboa e o segundo noutra escola CEMS.

Foi chegar, ver e vencer. A FEUNL ficou à frente de instituições como a HEC de Paris, a London Business School, a suíça University of St. Gallen e da espanhola ESADE, por exemplo.

Começar a casa pelo telhado

“Quando fomos selecionados para o CEMS, traçámos o objetivo de ficarmos entre as cinco melhores”, revela Rita Campos e Cunha, acrescentando que deve ao empenho da equipa, ‘que faz acontecer o MIM’, o sucesso entretanto alcançado.

Neves Adelino é um dos cerca de 500 docentes de todo o mundo que dão aulas em programas CEMS. O professor catedrático de finanças revela que a cadeira que hoje leciona é fruto de muita pesquisa e trabalho. “A escolha dos materiais é complexa e exigente, recorri à central de casos de estudo de Harvard que me ajudou muito na seleção dos casos dependendo do tipo de situações que queria explicar aos alunos”, refere o professor.

Como os alunos do MIM não têm ainda experiência profissional, Neves Adelino resistiu à ideia de incluir no programa uma disciplina cujo foco é a atuação de um Conselho de Administração. “Como é que um aluno sem experiência profissional pode ter sensibilidade para a questão da remuneração da administração, por exemplo? Para mim era como começar a casa pelo telhado”, conta.

Mesmo assim, decidiu aceitar o desafio e procurou formas de entusiasmara e explicar aos alunos como são geridas as empresas ou quais são os problemas que enfrenta um conselho de administração. Dá aulas de quatro horas eguidas, que ‘construiu’ para serem muito interativas e dinâmicas e que nunca têm o mesmo formato.

“Mesmo sendo um professor de finanças, o governo das sociedades faz parte da minha vida”. Neves Adelino é membro do Conselho de Administração de várias empresas, entre as quais a Sonae e a Cimpor, da qual faz parte também do Comité de Governance. Também presidiu à Comissão de Auditoria da EDP e foi membro da Comissão de Investimentos da PT, entre outros cargos em empresas públicas e privadas.

Alunos escolhem os melhores

Os galardões resultam de questionários feitos aos alunos, que são enviados para os serviços da CEMS. Como os alunos rodam entre as escolas da rede, têm termo de comparação. Rita Campos e Cunha, diretora académica do MIM da Nova, revela que entre os vários aspetos que são avaliados, a faculdade portuguesa sagrou-se vencedora ao ser considerada a melhor nos “skill seminars (pequenos cursos de competências), nas cadeiras disponibilizadas, bem como nos serviços aos alunos”. pesou também a boa classificação dada pelos alunos ao critério ‘experiência global’.

Rita Campos e Cunha, diretora académica do MIM da FE-UNL

A FEUNL ficou à frente de instituições como a HEC de Paris, a London Business School, a suíça University of St. Gallen e da espanhola ESADE, por exemplo. “Quando fomos selecionados para a CEMS, traçámos o objetivo de ficarmos entre as cinco melhores”, revela Rita Campos e Cunha, acrescentando que deve ao empenho da equipa, ‘que faz acontecer o MIM’, o sucesso entretanto alcançado.

A diretora académica realça a importância que este tipo de formação assume nos dias de hoje: “estamos a preparar futuros líderes a nível global, que vão ocupar posições relevantes. O programa bandeira da CEMS é este mestrado que está focado no desenvolvimento de três grandes áreas: capital intelectual; capital social, que é determinante para criar redes de contactos; e capital psicológico, crucial para saber lidar com incertezas, com os problemas que existem na gestão”.

Duas medalhas de prata

No total de seis prémios, a Nova arrecadou dois primeiros lugares e esteve muito perto de trazer quatro galardões para casa. Luís Almeida Costa ficou em segundo no prémio para a melhor cadeira obrigatória de estratégia (Advanced Negotiation Dynamics) e Susan Schneider também esteve a poucos pontos da primeira classificação no que toca ao programa da cadeira que ensina a gerir em diferentes ambientes culturais (Cross Cultural Managment). O melhor clube de alunos será também revelado hoje durante a tarde. Além disso, os primeiros alunos do MIM da Nova serão graduados este sábado em Roterdão.

O diretor da CEMS na FEUNL e também subdiretor para as relações internacionais da faculdade, João Amaro de Matos, foca que o objetivo do CEMS “é integrar esforços de instituições académicas e organizações para formar e enquadrar as futuras gerações de gestores”. Neste contexto, “o MIM é o instrumento mais visível da visão estratégica deste projeto”.

Porém, o professor aponta que o CEMS não se esgota aqui. “Muitas portas estão abertas, em particular no desenvolvimento de parcerias de investigação entre as diferentes escolas que sirvam e se adequem às necessidades dos parceiros organizacionais, num mundo cada vez mais globalizado e complexo”.

João Amaro de Matos, diretor do CEMS da FE-UNL

João Amaro de Matos, foca que a visibilidade que Portugal conseguiu ter nesta cerimónia anual (em 2011 será realizada em Lisboa), é determinante para o reconhecimento da Nova fora de portas. “A entrada na CEMS há muito que fazia parte dos nossos planos”, revela Amaro de Matos “como parte da nossa estratégia de internacionalização”.

Dentro do sistema de governação

“Foi uma luta difícil conseguir que o CEMS considerasse integrar uma escola portuguesa e empresas nacionais na rede (cada escola tem que levar dois parceiros corporativos, que são, no caso da Nova a EDP e o Millennium BCP). A imagem do país lá fora não ajudou os planos da Nova, mas o primeiro objetivo fui cumprido. “A Nova passou a ser par daquelas escolas de topo e conseguimos visibilidade”.

O segundo objetivo, mais árduo, é ganhar estatuto dentro da estrutura da CEMS, cujo sistema de governação é feito através de cinco comissões, entre as quais o comité de investigação e ensino doutoral que é presido, desde Abril, por Amaro de Matos, eleito pelos seus pares.

Pouco a pouco, a Nova ganha importância dentro do CEMS: a coordenadora académica Charlotte Saldanha foi eleita como representante de todos os coordenadores académicos e Rita Campos e Cunha foi escolhida para integrar um dos subcomités académicos.


PROJECTO GLOBAL DE ENSINO

O CEMS foi criado há 22 anos e é uma aliança entre instituições académicas e corporativas que se dedica ao ensino, em particular, conceber programas de formação para os futuros gestores internacionais;

. Integra, atualmente, 26 escolas de negócios e 64 empresas e organizações (entre as quais ONG). Entre os parceiros corporativos encontram-se o Deutsche Bank, o Credit Suisse, a Eni, a L’Óreal, o grupo LVMH, a Nokia ou a Vodafone. Este ano vão entrar outras parceiras, entre as quais a Google.

. Cada empresa paga €22 mil para estar na rede CEMS. Às escolas é cobrada uma taxa anual de €9 mil. O CEMS é uma organização sem fins lucrativos que se finabcia em 80% com as receitas das empresas e o restante com as ‘propinas’ pagas pelas escolas.

. Cerca de 500 docentes integram a rede CEMS.

. 904 alunos frequentam atualmente o mestrado em gestão internacional (MIM), dos quais 51% são rapazes. Este grupo aglomera 64 nacionalidades diferentes. Em Portugal, este mestrado está a ser dado a uma turma de 48 estudantes, escolhidos entre mais de 200 candidatos (todos fizeram o mestrado na Nova). O primeiro semestre do curso é passado na faculdade universidade de inscrição, que fez o processo de seleção, e o segundo decorre noutra escola da rede CEMS.

. No total, um aluno paga €14 400 mil para fazer o MIM em Lisboa (valor que integra o mestrado normal da Nova cujo custo são €6600).

. Cerca de €42 mil anuais é em média a perspetiva salarial de um finalista do MIM à saída da escola.

. Segundo as estatísticas mais recentes do CEMS, 99% dos estudantes ficam colocados no mercado de trabalho três meses após o MIM, dos quais 45% ficam a trabalhar no estrangeiro. A área de consultoria financeira é a que mais recruta quem passou pelo MIM.

Ana Sofia Santos /Rede Expresso

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