Faleceu ontem, aos 75 anos, Jacinto Palma Dias, um dos mais proeminentes pensadores do Algarve, autor do livro “Algarve Revisitado” e de muitas outras obras e artigos, em que expõe o seu livre pensamento, a sua grande cultura e o seu amor ao Algarve, de cuja genuinidade e tradições era fervoroso defensor.
Historiador de formação, com licenciatura tirada em França, o Maio de 68, lhe ter-lhe-á moldado um pouco a personalidade irreverente e contestatária que o caracterizava. Jacinto Palma Dias, esteve ligado a muitas batalhas, algumas das quais pouco ou nada tinham que ver com a sua formação académica. Referimo-nos ao desenvolvimento da agricultura biológica e à revitalização das salinas tradicionais de Castro Marim, de que foi pioneiro.
Cruzámo-nos com o Jacinto Dias, no ensino – foi professor na Escola Secundária de Vila Real de Santo António – e na defesa do património histórico, cultural e ambiental, de que foi ativo militante.
A sua morte apanhou-nos de surpresa. Como alguém disse com bastante propriedade, aos nossos olhos o Jacinto parecia-nos imortal. Sempre o conhecemos com o mesmo estilo, o mesmo físico e a mesma aparência, como se os anos não passassem por ele.
Chegou a colaborar com o Jornal do Algarve e, embora não nos encontrássemos com frequência, tínhamos por ele grande amizade e admiração. Perdeu-se o homem para outra dimensão, fica a sua obra e o exemplo de uma vida simples e bastante preenchida. E uma herança que os filhos prosseguem, com a mesma inteligência, valores e espírito inovador.
Aos filhos, que vimos crescer e muito apreciamos e à restante família, os nossos mais profundos sentimentos, em nome pessoal e do Jornal do Algarve