Falta de consenso para a adesão da Guiné Equatorial na CPLP

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A falta de consenso tem impedido a entrada da Guiné Equatorial, enquanto  membro de pleno direito, na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse o secretário executivo da organização.

“Não se tem registado consenso e a Guiné Equatorial não tem podido entrar”, disse Domingos Simões Pereira.

A Guiné Equatorial, que tem o estatuto de membro associado desde 2006, quer estar em pé de igualdade com os atuais oito estados membros, mas a pretensão esbarra num coro de críticas, que Simões Pereira classifica como bem vindas desde que não “minimizem a seriedade do debate”.

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Em causa estão as contínuas violações dos direitos humanos, mas também o facto de o país ser um dos principais produtores de petróleo em África.

“Afirmar que a CPLP está a ser vendida são afirmações demasiado duras, na minha perspetiva”, considerou.

“É importante fazer esse debate de forma descomprometida, sem acoplar aqueles adjetivos que só servem para minimizar a seriedade do debate”, acrescentou.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os oito estados que integram a CPLP, cujos chefes de estado e de governo se reúnem no próximo dia 23, em Luanda, para formalizar a transmissão da presidência da organização de Portugal para Angola.

“Temos de acreditar no bom senso e na ponderação dos nosso chefes de estado, deixando-lhes, de facto, a competência de tomar a decisão em nossa representação”, disse ainda Simões Pereira, que realçou o facto de nos contactos com as autoridades equato-guineenses lhes transmitir “as críticas e as diferentes opiniões que animam o debate neste momento”.

Simões Pereira considera que a Presidência angolana da CPLP “chega num bom momento”, em que “muitos holofotes estão virados para Angola, e felizmente que pelos melhores motivos, a CPLP só poderá sair beneficiada deste incremento de atenção, não só por aquilo que vem conquistando pelos méritos próprios, mas o peso especifico que Angola hoje representa no espaço regional e no contexto mundial”.

Na cimeira de Luanda será ainda debatida a eventual renovação do mandato de dois anos que a Guiné-Bissau leva à frente do Secretariado Executivo.

Simões Pereira, indicado por Bissau para o cargo, diz estar disponível para continuar: “Há aqui um trabalho que vai a meio e valeria a pena concluir. Mas não gostaria que esta minha disponibilidade fosse mal compreendida. Eu dependo também do estado que me propôs. Isto é uma prerrogativa que assiste à Guiné-Bissau, que será convidada (na cimeira) a apresentar o seu pedido de renovação do mandato ou não”, concluiu.

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