Fernando Reis um homem profundamente antifascista e democrata

Falar do director do Jornal do Algarve, Fernando Reis, é falar de um homem profundamente antifascista e democrata.


Sob a sua orientação o Jornal do Algarve continuou o legado de José Barão, o de um jornal defensor do Algarve e dos direitos e anseios das suas gentes. Sob a sua orientação, o Jornal do Algarve nunca publicou nada que apoiasse o fascismo, o racismo e a xenofobia. Nas suas páginas tinham voz todas as tendências políticas desde que respeitassem a democracia e a liberdade.


Pessoalmente, o que posso dizer de um cunhado que era um amigo, mesmo um irmão? Que estava sempre presente nas alegrias, nos problemas e, nestes, ajudando activamente na sua resolução. Era a alegria da nossa família porque conseguia em tudo encontrar sempre o lado positivo.


Que saudades vou ter dos nossos passeios, dos nossos almoços e jantares, ou de apenas estar na sua companhia à lareira.


Ficará, para sempre connosco, o nosso querido Fernando.

Amélia Cunha

Sobre o nosso Fernando

Neste momento doloroso da morte do Diretor do Jornal do Algarve junto-me a todos os que valorizam os seus méritos jornalísticos, nomeadamente o cunho progressista que imprimiu ao semanário nos últimos 40 anos, bem como a defesa dos interesses da região algarvia.


Todavia o facto de se tratar do desaparecimento do meu querido cunhado Fernando faz com que as linhas seguintes sejam conduzidas para o campo do afeto, da emoção e da afirmação das suas qualidades humanas.


Durante os mais de 50 anos que vivi com grande proximidade do Fernando fui testemunha e também beneficiário das suas grandes qualidades pessoais.


Alegre e com um otimismo contagiante; divertido e com um grande sentido de humor; generoso e providencial; dinâmico, destemido e com grande capacidade de trabalho.


Conviver, sobretudo à mesa, era algo que cultivava e muito valorizava. Não havia petisco, almoço ou jantar em que mesmo com ampla companhia não deixasse de querer somar aos presentes alguns dos ausentes. Assim brandindo o seu telemóvel trazia ao “barulho” (muitas vezes com a magia da imagem) ora o Rúben, ora o Quim, ou o Pauleta, o Neto, a Irene, o Carlos, o António, o Manuel, o Carlinhos e tantos outros. A par de alguma cusquice, benigna, a boa disposição imperava. Ficavam suspensas as angústias, os desalentos. Austera, apagada e vil tristeza? Jamais! Ele era o nosso sol…


Sintomático era que ninguém que acabasse de o conhecer deixava de ficar cativo da sua maneira de ser. Os seus grandes amigos são tanto de longa data como recentes, de há poucos anos.


O nosso tio Modesto (com quem o Fernando por sinal viveu vários episódios divertidos) dizia que “O melhor da vida é vivê-la! “. E se o Fernando de facto viveu intensamente a sua vida – e melhorou também as nossas-, não é justo que não tenha tido mais vida, mais tempo para viver…


O Fernando era alguém que, embora tratássemos informalmente, todos venerávamos pela sua generosidade, disponibilidade e preocupação de suprir qualquer descuido dos seus mais próximos.


Nesta hora da partida, por mim falo: sou cunhado/irmão… mas órfão me confesso!


Adeus querido Fernando!

José Eduardo Travassos

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