Filarmónicas do Algarve querem entrar no século XXI

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Associação Regional de Filarmónicas denuncia dificuldades crescentes.

As Bandas Filarmónicas do Algarve estão a passar por dificuldades a vários níveis. Arregaçaram as mangas, criaram uma associação e querem entrar numa nova era. O JA falou com o presidente da Associação Regional de Filarmónicas do Algarve (ARFA), Rui Penha para perceber um pouco mais sobre a realidade destas verdadeiras escolas de música do povo

Sofia Cavaco Silva

Quebrar o isolamento, modernizar e florescer na tradição são os três pilares que sustentam o trabalho que a ARFA está a iniciar. Com apenas um ano de existência, esta associação está a encetar uma série de contactos regionais e nacionais para recordar e explicar a importância das filarmónicas enquanto verdadeiras “incubadoras de talento” e espaços de promoção da inclusão social.
No Algarve, existem atualmente 13 filarmónicas que entre alunos e músicos totalizam cerca de 900 pessoas. Ao assistir a um espetáculo ou ensaio, o espetador pode ouvir avós, pais e netos a tocarem juntos. A Banda Filarmónica de Paderne é a mais antiga do Algarve e contabiliza 151 anos de atividade praticamente ininterrupta e tem músicos que já ali tocam há aproximadamente 60 anos.
Contudo, são vários os fatores que têm vindo a fazer com que as filarmónicas percam progressivamente espaço, notoriedade e até condições de trabalho.
Quase todas funcionam em edifícios degradados, muitas registam números cada vez menores de jovens inscritos e até o número de atuações é cada vez menor, ou não estivessem as procissões religiosas a cair em desuso e um dos locais de atuação mais tradicionais das filarmónicas. Por outro lado, os apoios e subsídios às filarmónicas têm sido garantidos quase em exclusivo pelas autarquias que agora, em fase economicamente desafiante, também não conseguem dar os apoios necessários.
Em entrevista ao JA, o presidente da ARFA, Rui Penha, admite que o futuro das filarmónicas tem de passar por um investimento sério das instituições oficiais – Estado e autarquias – e até da União Europeia. Contudo, garante que se for feito um trabalho e investimento sério de re-estruturação e modernização das filarmónicas, os projetos podem tornar-se mais independentes porque criarão bases para se tornarem mais autossustentáveis.
“As filarmónicas têm um projeto que está antiquado e precisa de ser modernizado. Estão numa fase mais ou menos agonizante de lento desaparecimento”, admite Rui Penha. A Filarmónica de Monchique foi uma das bandas que desapareceu e Rui Penha admite que em Alzejur a situação também é crítica.
Dar voz às Filarmónicas e defendê-las junto das entidades competentes por forma a dar novo impulso a estas instituições sublinhando o seu papel de educadores para a música e as artes e promotores de inclusão social é o objetivo da ARFA que está agora empenhada a contribuir para o plano estratégico da cultura do Algarve.
“É importante sublinhar a ênfase que a U.E. e o Governo estão a por nas industrias de cultura e criativas. Essas indústrias normalmente têm de ter um arranque na educação e formação das pessoas. Aí, as filarmónicas têm um papel importante a desempenhar enquanto incubadoras de muitos projetos culturais e criativos”, acrescenta.

[mais desenvolvimentos na edição papel de 29 de Julho do Jornal do Algarve,nomeadamente: quais os projetos para dinamizar as filarmónicas através de uma ligação mais forte com o turismo e os projetos de âmbito regional de que é exemplo a Escola de Artes Performativas do Algarve ]

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