A longa metragem “Embargo”, adaptação cinematográfica de António Ferreira de um conto de José Saramago, estreia-se hoje nos cinemas de nove cidades do país.
Muito antes de Fernando Meirelles ter rodado “Ensaio sobre a cegueira”, já António Ferreira, o realizador de “Esquece tudo o que te disse”, andava às voltas com um texto de Saramago para o levar ao cinema, projeto que se arrastou por mais de uma década.
O texto era “Embargo”, um conto inspirado na crise petrolífera, que integra a coletânea “Objecto Quase”, e que fascinava António Ferreira, por ter a marca de ironia e pela capacidade de gerar imagens nos leitores.
O realizador sempre manifestou admiração pelo universo literário de José Saramago, mas só 15 anos depois da ideia inicial é que a concretizou para cinema.
Em “Embargo”, vive-se numa época em que não há combustíveis, os supermercados entram em rutura no meio disto tudo há um homem, Nuno (o músico/ator Filipe Costa), que desespera por vender uma invenção eletrónica e vive o drama de estar misteriosamente preso dentro do carro.
O tom de comédia e ao mesmo tempo mistério que António Ferreira deu ao conto de Saramago atenua a problemática subjacente à história, sobre os efeitos nefastos da crise petrolífera e a dependência dos combustíveis.
“Embargo” estreia em Lisboa, Almada, Porto, Coimbra, Leiria, Aveiro, Vila Real, Viseu e Braga.
O filme recebeu uma menção honrosa no Fantasporto e foi exibido no festival de Montreal, no Canadá, estando previstas ainda exibições a partir de outubro nos Estados Unidos e Brasil.
AL/JA