Filme sobre eliminação de Bin Laden promete Óscares e polémica

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Antes mesmo de estrear já é apontado como um dos grandes candidatos aos Óscares 2013, mas para além de prémios “00h30 Hora Negra”, de Kathryn Bigelow, também promete polémica.

“00h30 – Hora Negra” (“Zero Dark Thirty”) – o filme de Kathryn Bigelow sobre as operações que a CIA levou a cabo ao longo de uma década até conseguir eliminar Bin Laden – foi ontem apresentado em anteestreia em Hollywood, dias depois de ter sido distinguido por associações de críticos norte-americanos como Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Fotografia, o que o coloca com um forte candidato aos Óscares de 2013.

A realizadora Kathryn Bigelow já conseguira em 2010 seis Óscares, entre os quais os de Melhor Filme e Melhor Realizador com “Estado de Guerra”, sobre uma equipa de militares norte-americanos especialistas no desmantelamento de bombas a operarem no alucinado cenário do Iraque pós-Saddam Hussein.

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Neste novo filme, Bigelow diz que procuraram, “quase numa abordagem jornalística”, relatar as longas operações que tiveram lugar até à descoberta e eliminação do líder da Al-Qaeda.

O filme não é um documentário mas desenvolve-se em torno da reconstituição dos acontecimentos, e essa ligação com os factos reais já está a gerar polémica.

Técnicas de interrogatório “coercivas”

A CNN refere que, segundo o filme, informações decisivas sobre o Bin Laden foram obtidas de membros da sua organização através de técnicas de interrogatório “coercivas”, que incluíram submersão em água, abusos físicos e privação do sono, algo que a CIA anteriormente publicamente desmentiu.

A eliminação do homem que orquestrou o 11 de setembro surgiu para os norte-americanos como uma grande vitória contra o terrorismo, alcançada durante a presidência de Barack Obama, e os meios utilizados nessas operações estão envoltos em controvérsia.

Por outro lado, o “Washington Post ” refere que no filme uma analista da CIA, personagem que dá pelo nome de Maya (interpretada por Jessica Chastain), surge como uma autêntica heroína da longa operação, mas que não é claro que o papel da correspondente agente tenha sido assim tão determinante.

O jornal refere que após ter recebido um prestigiado prémio pelos seus serviços, a agente não conseguiu no entanto a promoção que era tida como garantida para alguém que recebera tal distinção.

Estreia a 17 de janeiro

Segundo o “Washington Post”, a agente envolveu-se em polémicas com colegas da CIA sobre quem tinha tido um papel decisivo nas operações e terá enviado emails a dezenas deles, dizendo-lhes que não mereciam estar incluídos nos elogios sobre a missão.

A mulher com cerca de 30 anos (cuja identidade não é revelada e que não pode falar aos jornalistas) terá sido abrangida num inquérito interno da CIA por contactos com os autores do filme e de outros projectos em torno da operação contra Bin Laden.

“00h30 Hora Negra” vai chegar aos cinemas portugueses a 17 de janeiro, seis dias depois da estreia nos Estados Unidos.

Alexandre Costa (Rede Expresso)
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