Fogo obriga à evacuação do centro de reprodução de linces em Silves

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A Herdade das Santinhas (Silves) acolheu os primeiros animais a 22 de maio de 2009

Vinte e nove linces foram retirados do centro de reprodução de Silves, como medida de prevenção, anunciou esta quinta-feira o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Esta foi uma medida preventiva já prevista no plano de contingência, ativado desde domingo, dia 5. Desde essa altura que estavam no local todos os meios humanos e materiais para defesa e evacuação do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI)”, situado na Herdade das Santinhas, no concelho de Silves, anuncia o ICNF.

Os animais serão deslocados para instalações dos parceiros espanhóis, que já colocaram à disposição de Portugal todo o apoio necessário.

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O ICNF adianta que desenvolveu, em 2017, ações de gestão de combustível na área envolvente aos cercados, edifícios e na área do CNRLI, de forma a “diminuir o risco de incêndio e estabelecer faixas e mosaicos de proteção ao próprio centro”.

A acompanhar os linces estão técnicos do CNRLI e do ICNF, bem como a equipa de gestão do centro de reprodução, constituída por veterinários, tratadores e outros técnicos especializados. No terreno encontram-se ainda equipas de vigilantes da natureza e uma equipa do corpo de fuzileiros da marinha, entre outros operacionais.

O Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI) foi inaugurado a 22 de maio de 2009.

Algarve entra no sétimo dia de incêndio com fogo ainda descontrolado

Entretanto, o fogo descontrolado que destrói a serra de Monchique há sete dias continua a avançar em duas frentes, uma no concelho de Monchique e outra no concelho de Silves. Centenas de pessoas foram obrigadas a sair de casa e várias habitações foram destruídas. O vento forte e errático, o mato seco, os eucaliptos e o calor alimentam as labaredas.

O número de feridos no incêndio de Monchique subiu para 36. O número foi avançado por Patrícia Gaspar, 2ª comandante operacional da Proteção Civil. “Felizmente nada de grave. São basicamente inalações de fumos, exaustão e entorses”, esclareceu.

O número de desalojados também aumentou para 299 pessoas.

Durante a noite, centenas de pessoas foram obrigadas a sair de casa. O vento forte e os difíceis acessos estão a dificultar o trabalho dos bombeiros. Um dos casos mais graves aconteceu no bairro do Enxerim, às portas da cidade de Silves, onde os moradores ajudaram os bombeiros a combater o fogo. Esta situação levou à retirada de dezenas de pessoas, que entretanto já regressaram às suas casas.

Às 10h00 desta quinta-feira, o ponto da situação disponível na página da Proteção Civil indica que estão no terreno nove meios aéreos e 1.297 operacionais, apoiados por 394 viaturas.

A Proteção Civil apela à população que está nas zonas entre Silves e São Bartolomeu de Messines e a sul de São Marcos da Serra para acatar de imediato as eventuais ordens de evacuação dadas pela GNR.

Apesar deste apelo, já foram registados vários episódios em que os moradores recusam-se a abandonar as suas propriedades e são “forçados” a sair pelos militares.

Entretanto, a Câmara de Portimão está a utilizar o número municipal de Proteção Civil para a gestão de donativos, que desde o início do incêndio em Monchique chegam de forma massiva aos bombeiros e locais onde pernoitam as pessoas afetadas.

A Linha “Proteção 24”, disponível através do número 808 282 112, concentra toda a informação sobre voluntariado e donativos, funcionando como o canal que cidadãos e empresas deverão contactar para poderem prestar o seu contributo de forma útil e direcionado às reais necessidades de bens.

“Perante a imprevisibilidade do voluntariado e principalmente dos donativos
necessários, cuja tipologia se altera de uma forma constante, a Linha Proteção 24,
que funciona ininterruptamente durante 24 por dia, funcionará como o intermediário
que os cidadãos e empresas deverão contactar, em ordem de obterem informação
fidedigna sobre o voluntariado e sobre as reais necessidades de bens para os
bombeiros, bem como o ponto de entrega/acolhimento”, informa a Câmara de Portimão.

O incêndio já consumiu mais de 21 mil hectares de floresta e as chamas estão a obrigar ao corte de várias estradas nacionais e municipais.

A Direção-Geral de Saúde alertou a população para os perigos da inalação de fumo que pode provocar danos nas vias respiratórias.

NC|JA

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