França. Primeiro-ministro enfrenta revolta socialista

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Manuel Valls foi derrotado no seu próprio departamento, a Essonne, nas eleições de domingo passado

Derrotado nas eleições de domingo passado no seu próprio departamento, a Essonne, o primeiro-ministro Manuel Valls enfrenta esta terça-feira os críticos do PS numa reunião de crise do grupo parlamentar.

A revolta da ala esquerda socialista, que pede mudanças “à esquerda” na política do Governo, inquieta o chefe do executivo ao ponto de ele ter anulado uma importante viagem a Berlim, marcada para o mesmo dia.

A clara derrota dos socialistas acentuou o mal-estar no PS porque a maioria perdeu para a direita de Nicolas Sarkozy bastiões eleitorais históricos, como a Corrèze, departamento do presidente François Hollande, e outros muito simbólicos, designadamente em Marselha e na região de Lille.

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Remodelação em estudo

Numa entrevista, na manhã de terça-feira, ao canal televisivo BFM-TV, Manuel Valls garantiu que nunca pensou em demitir-se depois da derrocada eleitoral nas departamentais, mas reconheceu ter responsabilidades no fraco resultado obtido pelos socialistas.

“Continuar sem mudar nada é subestimar a dimensão da derrota”, disseram os críticos num comunicado assinado pela corrente contestatária “Viva a Esquerda”. “Se continuarmos assim vamos contra a parede”, explicou o deputado rebelde Jérôme Guedj.

Algumas dezenas de deputados pedem designadamente mudanças na política económica e receiam uma nova catástrofe eleitoral em dezembro, nas eleições regionais, e nas presidenciais, em maio de 2017.

Manuel Valls vai pedir aos parlamentares unidade no partido e na esquerda, mas garante que não haverá mudanças de fundo na política do Governo – “estamos no bom caminho, os resultados vão chegar, temos de ser mais eficazes”, disse Valls na BFM-TV.

No entanto, poderão verificar-se novas medidas favoráveis ao investimento e de apoio às pequenas e médias empresas. Por outro lado, o primeiro-ministro não excluiu, na entrevista, uma possível remodelação governamental parta os próximos dias.

A eventual remodelação, que estará a ser estudada por ele e pelo Presidente Hollande poderá significar que ecologistas e alguns socialistas críticos poderão entrar para o Governo a breve prazo.

RE

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