Além de presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral sucede agora Natália Santos, de Ayamonte, na presidência da Eurocidade do Guadiana.
Após a formalização da assinatura da passagem de testemunho e presidência, com a participação do presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Romão, Amaral referiu que pretende dar seguimento “à liderança forte e marcante” dos últimos anos da Eurocidade.
“É, para mim, motivo de orgulho e é desafiante presidir à Eurocidade do Guadiana”, confessa o autarca durante a sessão solene do Dia do Município de Castro Marim, esta quinta-feira, referindo que a entidade “tem passado por momentos muito difíceis”.
Depois da formalização da entidade transfronteiriça, “que levou imenso tempo, com toda a carga legal e burocrática inerente aos dois países”, surgiu a covid-19 que fechou a fronteira entre Portugal e Espanha durante alguns meses.
“Apesar destes contratempos, conseguimos manter viva a chama da cooperação destes municípios”, garante Amaral, que tem descendência da Andaluzia.
Para o médico e ex-presidente da autarquia de Alcoutim, “é importante continuar com este trabalho já iniciado e que já deu frutos” e que, segundo um congresso onde esteve presente, “em 2050, a região mais povoada da Europa será o sul de Espanha e de Portugal”.
Amaral recorda ainda que “estamos no centro de dois aeroportos, de Sevilha e Faro, com um grande tráfego de turistas oriundos do norte da Europa” e dirige-se diretamente à CCDR, pedindo para “continuar a lutar pela ferrovia que ligará estes dois países, assim como a ciclovia entre os municípios”.
Antes de passar o testemunho da Eurocidade do Guadiana a Francisco Amaral, a presidente da Câmara Municipal de Ayamonte, Natália Santos, garante que a entidade transfronteiriça “saiu fortalecida das grandes dificuldades que atravessou e atravessa o nosso território comum, provocadas pela pandemia e o fecho de fronteiras”.
“Hoje é o dia que marca o fim da minha etapa presidencial, para que o meu homólogo, Francisco Amaral, continue com este desafiante e prometedor cargo. Sinto-me orgulhosa e feliz por dar ao novo presidente a Eurocidade do Guadiana”, começou por dizer a autarca espanhola.
Natália Santos referiu que a pandemia de covid-19 e o encerramento da fronteira “serviu para demonstrar o quanto fazemos falta uns aos outros, de ambos os lados do rio”, a todos os níveis: social, económico, político e ambiental.
“Vivemos um contexto sem precedentes, com a limitação de mobilidade entre os nossos municípios, levantando muros entre cidades que, para nós, são como um bairro de um só território”, acrescenta.
Para a autarca, a Eurocidade do Guadiana é agora uma “central cultural e turística” que oferece a “influência de duas das regiões mais atrativas da Europa e do mundo: Andaluzia e Algarve”.
“A Eurocidade do Guadiana, não só se apresentou internacionalmente como um destino turístico conjunto, como se pôs no mapa como o primeiro destino acessível da Penísula Ibérica”, destaca.
Recordando os últimos dois anos, onde se desenvolveram “inúmeras ações com o objetivo de reforçar a governação conjunta do território”, Natália salienta que muitas outras “ficaram no tinteiro”.
“Entrego uma Eurocidade do Guadiana viva, com muitos objetivos alcançados, mas também cheia de projetos, de ilusão e força para continuarmos a trabalhar juntos”, concluiu.