Francisco Amaral: “Encontrei uma Câmara desajustada das reais necessidades do concelho”

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No discurso do Dia do Município de Castro Marim, o autarca falou das obras concretizadas, apesar das dificuldades, e enumerou diversos projetos que deverão arrancar brevemente, entre os quais a requalificação da faixa litoral da Altura e o lar da mesma localidade, a ETAR do Azinhal e obras para levar água a mais povoações. O início da requalificação do castelo está dependente de duas candidaturas a fundos comunitários, já apresentadas

DOMINGOS VIEGAS

O presidente da Câmara Municipal de Castro Marim lamentou, no discurso do Dia do Município, que se deparou com uma Câmara “politicamente desajustada das reais necessidades do município” quando tomou posse, há cerca de quatro anos.

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O autarca deu como exemplos, entre outros, a carência de funcionários, equipamentos obsoletos, viaturas envelhecidas, máquinas encostadas, estradas e arruamentos “muito degradados”, 57 povoações sem abastecimento domiciliário de água potável, dezenas de processos na barra dos tribunais e investidores privados desmotivados. “Para quem vinha de uma casa arrumada, foi esta a casa com que me deparei”, afirmou.

Francisco Amaral destacou ainda que, devido ao facto de o país estar, então, em plena crise, deparou-se com “situações dramáticas” de desemprego e a Câmara teve que “acudir a dezenas de famílias a passar mal, sem, muitas vezes, terem dinheiro para questões básicas, como comprar óculos para os filhos ou pagar a renda da casa”.

“Foram dos anos mais difíceis da minha vida”, assegurou, acrescentando ainda as dificuldades causadas pelas restrições impostas pela “troika”, pela redução dos orçamentos municipais, pela nova lei das finanças locais e pela impossibilidade de admitir novos funcionários.

No entanto, garantiu que o objetivo da sua equipa autárquica foi sempre “fazer um Castro Marim humano, mais digno e com mais qualidade de vida”. Neste sentido, enumerou algumas das iniciativas levadas a cabo: unidade móvel de saúde com médico permanente, programas de combate ao tabagismo e à obesidade, estrada dos Fortes, Casa do Sal, edifício multifuncional de empresas, requalificação dos mercados de Altura e Castro Marim, Espaço do Cidadão de Odeleite, cais acostável de Castro Marim e requalificação da estrada de acesso à Praia Verde.

Além destes, o autarca falou ainda dos novos projetos de pavimentação de arruamentos e de construção ciclovias, com destaque para a que ligará Castro Marim e Vila Real de Santo António, áreas de autocaravanismo em Castro Marim e na Altura, lar e habitação social na Altura, envolvente da Casa do Sal e parque de feiras, colocação de água em várias povoações, requalificação da frente de mar com novos apoios de praias e um passadiço que ligará atravessará as praias do concelho.

Minutos antes do discurso do edil, tinha sido anunciado que a Câmara está a aguardar decisão sobre duas candidaturas a fundos comunitários para as primeiras intervenções de requalificação do castelo, que as obras do lar da Altura começarão no próximo mês e que a autarquia está a “trabalhar afincadamente” para que a obra de requalificação do litoral na zona da Altura arranque ainda este ano.

Durante uma apresentação em vídeo, foi ainda revelado que a queijaria do Azinhal será ampliada para começar a produzir queijo curado, que já foi aprovada mais uma candidatura a fundos comunitários para a obra que permitirá levar água a mais 28 povoações e que a autarquia já adquiriu os terrenos para a construção da futura ETAR do Azinhal.

Antes e terminar a sua intervenção, Francisco Amaral considerou ainda que “todo o trabalho realizado mexeu com muitos egos”, o que lhe trouxe dias difíceis: “Fui atacado violentamente com cartas anónimas e perfis falsos nas redes sociais, revelando falta de princípios, falta de ética, falta de respeito pelas gentes de Castro Marim, mas corroborando a certeza de estar a trilhar o caminho certo”.

E concluiu garantindo que “os caminhos do futuro são agora risonhos” e que o seu sonho para Castro Marim “passa pelo aproveitamento das enormes potencialidades deste concelho, desde a serra até ao mar, por criar condições para explorar e articular todos estes recursos, sempre ao lado do mundo empresarial e ouvindo e respeitando os castro-marinenses”.

Durante a sessão solene, que decorreu na biblioteca municipal, foram ainda distinguidos os melhores alunos, os funcionários da autarquia com 25 anos de serviço, bem como vários salineiros.

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(Notícia publicada na edição impressa do Jornal do Algarve de 29/06/2017)

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