Fundação Gates dá milhões a quem revolucionar as sanitas

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Atual modelo de casas de banho é ecologicamente desadequado e inacessível a um terço da população mundial. Fundação de Bill Gates anunciou um fundo de cerca de 30 milhões de euros para a criação de novas soluções.

Pode parecer um fait-divers mas está muito longe de o ser. As sanitas com descargas de água potável foram inventadas há 200 anos (uma inovação que permitiu salvar milhões de vidas), mas desde então não sofreram nenhuma alteração radical, apresentando-se agora como desadequadas em relação às questões ecológicas, para além de inacessíveis a um terço da população mundial.

O impacto dessa situação levou a que a fundação de Bill e Melinda Gates tenha anunciado, ontem, a criação de um fundo de perto de 30 milhões de euros para a reinvenção das casas de banho, através de uma solução barata, acessível e eficaz. O fundo foi distribuído por oito categorias e atribuído a universidades que estão a desenvolver projetos nessa área.

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“(A sanita) é demasiado cara para as pessoas dos países em desenvolvimento; requer água e sistema de esgotos, que nem sempre existe, e não faz nada para, de facto, tratar os resíduos humanos”, declarou Frank Rijsberman, responsável da fundação Gates.
Doenças diarreicas

Cerca de 2,5 biliões de pessoas não têm acesso a sanitários, o que contribui para doenças diarreicas, que, segundo a Organização Mundial de Saúde, são responsáveis pela morte anual de 1,5 milhões de crianças.

“Pretendemos encarar os resíduos como uma matéria para reciclagem”, afirmou Rijsberman. “Pensamos ser possível reciclar a energia, os minérios e também a água. Queremos reinventá-la de modo a torná-la barata, que passe a custar apenas alguns tostões, e que as pessoas pobres queiram usar”, acrescentou.

Entre os projetos a serem desenvolvidos encontra-se uma casa de banho que gasificará os resíduos para depois os transformar em eletricidade (Universidade de Tecnologia de Delft na Holanda); um sistema que permita a higienização das fezes em 24 horas, de modo a não transmitirem doenças (Universidade de Toronto); uma casa de banho com energia solar, cujas células solares forneçam energia suficiente para o processamento dos resíduos, transformando-os em combustível para eletricidade (Instituto Tecnológico da Califórnia).

JA/Rede Expresso
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