Funeral e velório de Gastão Cruz será na sexta-feira em Lisboa

ouvir notícia

De acordo com o filho de Gastão Cruz, corpo do poeta estará em câmara ardente na igreja de São Francisco de Assis, também em Lisboa, entre as 10:00 e as 15:30, hora a que sairá o funeral para o cemitério.

Durante o velório, haverá uma sessão de leitura, “por amigos chegados” de Gastão Cruz, em sua homenagem, “enquanto poeta e incansável divulgador de poesia”.

Na sessão, serão lidos poemas de Gastão Cruz, mas também de outros autores, nomeadamente textos que constam da antologia “Quinze poetas portugueses do século XX”, editada em 2004 e organizada por Gastão Cruz.

- Publicidade -

O poeta morreu no domingo, aos 80 anos, no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, onde estava internado.

Gastão Cruz, que nasceu em Faro em 1941, era licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e autor premiado de vários títulos de poesia e ensaio.

Foi nos tempos de estudante universitário que começou a publicar em jornais e revistas poemas e artigos sobre poesia. Na mesma altura, participou ativamente nas greves académicas de 1962 e foi um dos organizadores da “Antologia de Poesia Universitária” (1964).

O seu primeiro livro, “A Morte Percutiva”, data de 1961. Depois, publicou, entre outros, “Campânula” (1978), “Órgão de Luzes” (1990), “Transe – Antologia 1960-1990” (1992) e “As Pedras Negras” (1995).

Os seus ensaios sobre poesia, “A Poesia Portuguesa Hoje”, foram editados pela primeira vez em 1973. “A Vida da Poesia – textos críticos reunidos” (2008) foi a mais recente recolha do seu trabalho ensaístico.

No ano seguinte, em 2009, reuniu a sua poesia no volume “Os Poemas”, tendo posteriormente publicado “Escarpas” (2010), “Observação do Verão” (2011), “Fogo” (2013), “Óxido” (2015) e “Existência” (2017).

Em 1975, Gastão Cruz foi um dos fundadores do grupo Teatro Hoje, posteriormente fixado no Teatro da Graça, que dirigiu e para o qual encenou peças de Crommelynck, Tchekov e Strindberg, assim como uma adaptação do romance “Uma Abelha na Chuva”, de Carlos de Oliveira.

Entre 1980 e 1986 foi leitor de português no King’s College, na Universidade de Londres. 

Em 2018, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pelo Governo português, “em reconhecimento do inestimável trabalho de uma vida dedicada à poesia”.

Na altura, o Ministério da Cultura justificou a distinção com a dedicação de Gastão Cruz “à produção literária e à escrita, difundindo amplamente a Língua e a Cultura portuguesas, ao longo de mais de 50 anos”.

Em 2013, a Fundação Inês de Castro homenageou o poeta atribuindo-lhe o Prémio Tributo de Consagração.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.