Gastão Cruz vence Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa

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A sétima edição do Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa foi atribuído ao poeta farense Gastão Cruz, pela sua obra “Existência”, por decisão unânime tomada, no passado dia 3 de setembro, pelo júri constituído pela crítica literária e dinamizadora de comunidades de leitura do nosso país, Helena Vasconcelos, pelo poeta e professor universitário Fernando Pinto do Amaral, e pelo professor universitário da Universidade do Algarve João Minhoto Marques.

A elevada qualidade de um número significativo das obras a concurso dificultou as deliberações por parte dos membros do júri. A escolha de “Existência” de Gastão Cruz, publicado em 2017, pela Assírio & Alvim, acabou por se impor.

A decisão do júri fundamentou-se no reconhecimento da “excelência de uma obra perfeitamente trabalhada, em que o autor leva a cabo uma profunda meditação sobre o drama existencial, sobre a vivência poética, sobre o caminho percorrido por alguém que se tem dedicado, por completo, a um estudo e questionamento permanente do ‘ser poético’”.

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“Existência” é uma obra ímpar, no entender do júri “não apenas pelo facto de revelar uma profunda sabedoria, como também por, inequivocamente, partilhar de modo intencional esse conhecimento”. “Trata-se, com efeito, de um livro no qual convergem a experiência da vida e a vivência do tempo de um eu que se dá a conhecer nas suas convicções, mas também nas suas dúvidas, procurando conciliar a voz pessoal com a consciência do destino humano”, acrescenta o júri, frisando que este livro alcança, assim, “uma notável qualidade poética, a que não são alheios o pensamento sobre a poesia e uma dimensão auto-referencial patentes em muitos dos textos que o compõem e inscrevendo-se, deste modo, na melhor tradição moderna da poesia europeia”.

Um dos mais relevantes trajetos da poesia portuguesa

Gastão Cruz vem assim juntar-se a Fernando Echevarria, Fernando Guimarães, Nuno Júdice, João Rui de Sousa, Luís Quintais e João Luís Barreto Guimarães, figuras de relevo no panorama da poética nacional, que conquistaram as anteriores edições deste prémio.

Também ensaísta, crítico literário e tradutor, além de professor e encenador, Gastão Cruz, nascido em Faro em 1941, é autor de “um dos mais relevantes trajetos da poesia portuguesa contemporânea, marcado por um esforço de renovação e autonomização da linguagem poética, que também passa pela reinvenção de algumas formas clássicas, e por um particular cuidado na construção formal dos poemas e na sua articulação dentro de cada livro”.

A entrega do prémio, no valor de 5.000 euros, que tem o alto patrocínio da Fundação Millennium BCP, e conta com os apoios da Delta Cafés, Hotel EVA, Restaurante Tertúlia Algarvia, Faro Boutique Hotel e Direção Regional da Cultura do Algarve, realizar-se-á no próximo dia 19 de outubro, pelas 16h00, na biblioteca municipal de Faro António Ramos Rosa.

Refira-se que, há um ano, Gastão Cruz recebeu a Medalha de Mérito Cultural, entregue pelo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, no âmbito do Festival Literário Internacional de Querença, em Loulé, que no ano passado homenageou o escritor.

A atribuição desta medalha de mérito foi feita “em reconhecimento do inestimável trabalho de uma vida dedicada à poesia, à produção literária e à escrita, difundindo amplamente a língua e a cultura portuguesas, ao longo de mais de cinquenta anos”, lê-se no comunicado do Ministério da Cultura.

A obra de Gastão Cruz também já foi distinguida com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio PEN Club de Poesia, o prémio D. Dinis, da Casa de Mateus, o Grande Prémio de Literatura DST e o Prémio Literário Correntes d’Escritas, entre outros galardões.

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