Godard rodou no Costa Concordia “profecia” sobre o fim da Europa

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O filme estreou em 2010

Costa Concordia, o navio que naufragou há uma semana nas proximidades da ilha de Giglio, serviu de cenário para “Filme socialisme”, a mais recente obra do realizador Jean-Luc Godard, considerada um epitáfio da Europa

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Quando Jean-Luc Gogard rodou no Costa Concordia parte do “Filme socialisme”, estreado em 2010, estava longe de imaginar que em 2012 o navio iria naufragar na costa da ilha Giglio, na Toscana. O filme é uma reflexão-profecia do fim não da embarcação mas sim da Europa.

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“Filme socialisme” foi recebido com críticas variadas em Cannes, tendo sido considerado “aborrecido”, por uns, ou uma “terna e lúcida explicação da agonia da Europa”, por outros.

O navio de cruzeiro, agora praticamente submerso nas águas do Mediterrâneo, aparece nas primeiras cenas do filme do realizador francês, as quais são de grande beleza plástica.

“Filme socialisme” mostra passageiros de um cruzeiro – o itinerário inclui escalas em Nápoles (Itália), Alexandria (Egito) e Argel (Argélia) – que fingem estarem a divertir-se. Numa das cenas, um dos personagens, uma mulher, pensa em voz alta olhando para a câmara: “Pobre Europa, somente humilhada pelo sofrimento”.

No filme, a viagem sem rumo decorre à noite, com os passageiros a conversarem através dos seus telemóveis. A responsável pela animação do navio é a cantora, atriz e escritora Patti Smith, também ela sem demonstrar qualquer alegria.

Maria Luiza Rolim (JA/Rede Expresso)

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