Os muitos milhões de euros gerados e a capacidade de combate à sazonalidade tornam o golfe numa atividade cada vez mais relevante para a região. Em entrevista ao JORNAL do ALGARVE, o presidente do Turismo do Algarve – que até já foi formador de profissionais desta modalidade – explica que as receitas geradas pelo golfe são hoje primordiais para garantir a sustentabilidade dos empreendimentos turísticos e da própria atividade turística da região
O Algarve acabou de viver mais uma época alta. As praias estão mais vazias, as ruas estão mais silenciosas, o trânsito acalmou, já não há filas nos restaurantes, nem encontrões nos supermercados. Mas o turismo algarvio não parou! A prova disso é que já se regista uma grande afluência de estrangeiros no Algarve para jogar golfe, cuja época alta regista-se nos meses de setembro, outubro, novembro, fevereiro, março e abril.
Este setor tem sido fundamental para combater a tão falada e temida sazonalidade do turismo algarvio, garantindo a ocupação de hotéis, restaurantes, empresas de aluguer de veículos, entre muitos outros serviços, nas chamadas épocas baixas do turismo.
De acordo com um estudo da Associação de Turismo do Algarve (ATA), em 2017, e apenas na região do Algarve, o turismo de golfe gerou uma riqueza global de 500 milhões de euros e quase 17 mil empregos…!
É um autêntico ‘mega jackpot’ para a região (o limite do ‘jackpot’ do Euromilhões está atualmente fixado nos 190 milhões de euros) num período do ano em que o turismo arrefece. Por outras metáforas, é um negócio de muitos milhões que dava para comprar cinco passes do futebolista João Félix ou do Cristiano Ronaldo!
O mesmo estudo comprovou “o efeito multiplicador do golfe na economia da região” ao nível do turismo, emprego, alojamento, restauração, transportes e entretenimento. Ou seja, o golfe é determinante para manter “vivos” muitos negócios durante a época turística baixa, gerando receitas primordiais para a economia regional.
Peso do golfe na economia regional em crescimento
Apesar de o ‘sol e praia’ continuar a ser o principal atributo turístico do Algarve, a notoriedade e o peso económico do golfe têm vindo a crescer na região, comprovado pela conquista de vários prémios internacionais, entre os quais os galardões atribuídos pelos World Travel Awards e pela International Association of Golf Tour Operators.
“O golfe é já um produto consolidado e o reconhecimento do Algarve como um destino de eleição para a prática desta modalidade é, sem dúvida, um contributo fundamental para o turismo da região. Sobretudo porque, hoje em dia, quem nos visita com essa motivação, já não se interessa apenas pelo produto em si, mas também por toda a oferta complementar que o destino lhe apresenta e que se revela enriquecedora da sua experiência de estadia na região. Além disso, o golfe tem um papel de enorme relevância no que diz respeito à geração de fluxos de visitantes fora da época alta, uma vez que a presença de golfistas no Algarve é sobretudo notória nos meses de setembro a novembro e de março a maio”, acentua ao JORNAL do ALGARVE o presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes, frisando que “o desafio atual passa por continuar a trabalhar e a investir neste produto”…
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Nuno Couto