José Luís Guterres, vice primeiro ministro de Timor-Leste, disse hoje esperar que as empresas do Greater Sunrise deem uma resposta após as eleições australianas, para que a Autoridade Nacional do Petróleo possa decidir sobre as várias alternativas para a exploração de gás natural.
José Luís Guterres falava à Lusa à saída de uma reunião com o Presidente da República, José Ramos-Horta, na qual esteve também o primeiro ministro Xanana Gusmão.
“Esperamos que depois das eleições na Austrália possamos ter alguma resposta das companhias envolvidas, no sentido de proporem as três alternativas: a plataforma flutuante, um gasoduto para a Austrália, ou o gasoduto para Timor-Leste, para que a Autoridade Nacional do Petróleo tenha condições para decidir qual a melhor solução”, disse.
O vice primeiro ministro reafirmou que, para os timorenses, o processamento do gás no seu território é também uma questão de justiça e de fidelidade ao espírito do tratado petrolífero, celebrado entre os dois países para a exploração conjunta dos recursos do mar de Timor.
“Para nós timorenses, a solução melhor, mais viável e que melhor responde ao espírito do tratado assinado com a Austrália é o pipeline para Timor-Leste”, sublinhou.
“Pelo facto da Austrália já ter um pipeline no seu território (de outro campo de exploração conjunta) seria justo que Timor tivesse também um gasoduto, para poder com isso desenvolver a indústria de liquefação de gás e a indústria do petróleo na costa sul”, explicou.
Quanto à polémica proposta da primeira ministra australiana Júlia Guillard, que apontava para a criação de um centro de refugiados em Timor, José Luís Guterres referiu apenas não saber se o governo australiano, que sairá das próximas eleições, irá mantê-la.
“Não sabemos se o próximo executivo australiano vai continuar, ou não, a apresentar esse pedido ao nosso Governo”, afirmou.
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