A antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, lamentou ontem à noite que o Governo continue olhar para os reformados como “buracos na estrada”, vendo-os apenas como “despesa pública”.
No seu habitual espaço de comentário na TVI24, a antiga governante classificou como “absolutamente inumano” o aumento da contribuição extraordinária de solidariedade (CES), hoje anunciada pelo Governo.
Segundo Ferreira Leite este aumento da CES é a quinta medida a atingir os reformados e pensionistas já penalizados com o aumento do desconto para a ADSE, cortes nas pensões de sobrevivência, o aumento da idade de reforma, e a aplicação do fator de sustentabilidade.
Para a antiga líder dos sociais-democratas, o buraco orçamental aberto pelo chumbo do Tribunal Constitucional à convergência das pensões, que estimou em 250 milhões de euros, jamais comprometeria o encerramento do programa de resgate.
“Alguém acredita que por causa de 250 milhões de euros continuaríamos com a troika?”, interrogou-se Ferreira Leite.
A antiga ministra das Finanças de Cavaco Silva, desmentiu ainda categoricamente que 80% da despesa pública esteja relacionada com os pensionistas e os funcionários públicos, garantindo que pouco passa dos 50%.
“Estão muito contentes porque afinal prenderam alguém que, afinal, estava inocente”, rematou.
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