Greve geral: CGTP acusa Governo de intimidar trabalhadores

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A greve geral começou à meia-noite de hoje (foto Rui Duarte Silva / Expresso)

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, diz que se nota “um certo nervoso do Governo”, que quer “intimidar e pôr em causa o direito à greve”, “com a deslocação de esquadrões da polícia de choque para determinados locais”.

O dirigente fala de adesões muito significativas, principalmente nas áreas da saúde e dos transportes. Em declarações aos jornalistas, Arménio Carlos fez um “balanço extremamente positivo” da greve geral, que começou à meia-noite de hoje, e garantiu que a percentagem de adesão se situa entre os 80% e os 100%.

Polícia dispara para dispersar estivadores

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Hoje de manhã, por volta das 9h30, “foi disparado para o ar um tiro de shotgun” (arma com cartuchos de borracha) por um dos elementos da PSP que se encontrava junto ao Hotel Tivoli, no Parque das Nações, em Lisboa, para dispersar um grupo de 50 estivadores.

Os estivadores manifestavam-se junto ao hotel, onde decorre o Forum Transportes Competitividade e Futuro, no qual estão presentes, entre outros, representantes do Porto de Lisboa e da Liscont – Operadores de contentores, SA, do grupo Mota Engil.

Fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP afirmou a EXPRESSO que a polícia não tinha conhecimento da manifestação, mas que por volta das 8h um agente informou o comando de “um ajuntamento de estivadores” naquele local, pelo que foram “enviados dois reforços”.

Segundo a mesma fonte, os ânimos exaltaram-se quando “alguns estivadores começaram a apedrejar carros de civis”. Na sequência dessa atitude houve “pelo menos um disparo”, como forma de afastar os manifestantes que, entretanto, “tentavam cercar os dois policias”.

Para manter a ordem pública, a PSP chamou uma carrinha de piquete. No final, foram detidas duas pessoas “por resistência e coação a dois agentes da autoridade” e identificadas outras duas “uma por posse de petardo e o autor dos apedrejamentos”, garante a PSP.

Os estivadores têm uma versão diferente. “Não houve viaturas danificadas como disseram e os polícias chegaram a apontar armas à cabeça de colegas nossos e fizeram dois disparos com balas reais. Só depois vieram outros elementos com shotguns e balas de borracha”, contaram ao Expresso alguns estivadores que estiveram no Parque das Nações.

Estes homens garantem ainda: “Eles começaram a ‘varrer’ a rua atrás do Tivoli, onde nós estávamos, e quando lhes dissemos que estávamos a filmar os polícias tiraram as placas de identificação e continuaram a carregar sobre quem estivesse ali, sem perguntar nada”. E continuam os estivadores: “Inclusive foram buscar um colega nosso a casa para o deterem”.

Alexandra Simões de Abreu (Rede Expresso)

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