Greve total às avaliações

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Sem acordo com o Ministério da Educação sobre a mobilidade, Fenprof e mais sete sindicatos avançam com pré-aviso para os dias 18, 19, 20 e 21 de junho.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e mais sete estruturas sindicais decidiram estender por mais quatro dias, até 21 de junho, a greve já marcada até dia 14 de junho aos “serviços de avaliações”.

O pré-aviso de greve enviado esta tarde para o Ministério da Educação afeta agora as reuniões de avaliação que venham a ser marcadas para a semana de 17 a 21 de junho, durante a qual estarão a decorrer os exames primeira fase do Ensino Secundário, bem como as provas de Português do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico.

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Concluídas, sem sucesso, as negociações com o Governo sobre a mobilidade dos professores, os sindicalistas querem deixar bem clara a rejeição absoluta do diploma que abre a porta aos despedimentos.

Mário Nogueira, da Fenprof, estrutura afeta à CGTP, disse ao Expresso que continua sem perceber porque razão pretende o Governo regulamentar uma lei que, publicamente, garante que não irá aplicar.

“Esta semana já ouvimos o ministro da Educação, por diversas vezes, dizer que o Governo não irá aplicar a mobilidade aos professores”, lembrou o líder da Fenprof, assegurando durante as duas reuniões realizadas para debater a mobilidade (26 de maio e 6 de junho), apesar de ter perguntado porquê, não obteve resposta.

“Cheguei a pensar que, se não era para aplicar, o Governo iria adiar as negociações, remetendo o regulamento da mobilidade dos professores para um diploma a publicar, tal como previa a primeira versão do documento debatida com os sindicatos a 26 de maio”, conta Mário Nogueira.

“Mas não foi isso que aconteceu. Não ouve nenhuma vontade de fazer fosse o que fosse. Não quiseram dar nenhum passo”, disse.

Ontem, no final da reunião com os sindicatos, em que também participou o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, o secretário de Estado da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, acusou os sindicalistas de não quererem negociar.

“Não houve nenhuma proposta para chegarmos a um entendimento de criarmos um verdadeiro sistema que excecionasse as condições de aplicação do sistema de requalificação aos docentes”, disse Casanova de Almeida aos jornalistas.

QUEM ASSINA O PRÉ-AVISO

Se o pré-aviso de greve não tivesse sido hoje enviado para o Ministério da Educação, cumprindo os prazos legais, os sindicatos dos professores não poderiam prolongar a greve geral já marcada para dia 17.

Além da Fenprof, subscrevem este documento a Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), o Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades (Sepleu), o Sindicato Nacional dos Professores e Educadores (Sinape), o Sindicato Democrático dos Professores (Sindep), o Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE), o Sindicato dos Educadores e Professores do Ensino Básico (Sippeb) e o Sindicato dos Professores Licenciados pelos Institutos Politécnicos e pelas Universidades (Spliu).

Ao Expresso, Mário Nogueira diz estar esperançado que “na próxima semana ainda hajam decisões sobre a mobilidade”, que permitam aos sindicatos desconvocar a greve.

Carlos Abreu (Rede Expresso)
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