Groundforce confirma despedimento de 336 trabalhadores em Faro

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Operadora de handling Groundforce confirmou o fim dos seus serviços no aeroporto internacional de Faro. Mais de 300 funcionários vão  para o desemprego.

 

Check-in, registo de bagagem, embarque dos passageiros, manutenção, limpeza, abastecimento de combustível, catering, carregamento de bagagem… A lista é quase interminável, num rol de serviços de handling aeroportuário até aqui assegurados pela empresa Groundforce, que decidiu  arrumar as malas, mas para fechar as portas no Aeroporto Internacional de Faro.

“A suspensão da operação da Groundforce no aeroporto de Faro visa reduzir os prejuízos da empresa, condição que é indispensável à viabilização do seu futuro e dos restantes 2 mil postos de trabalho”, assumiu hoje o administrador delegado da Groundforce, Fernando Melo, numa conferência de imprensa em Lisboa.

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A medida servirá alegadamente para travar o prejuízo declarado de 12,2 milhões de euros só nos primeiros seis meses de 2010,  reduzindo drasticamente os custos e prescindindo da sua quota de mercado em Faro, que já era minoritária face à concorrente Portway.

A empresa de handling, detida a 100% pela transportadora aérea estatal TAP, vai efetuar um despedimento coletivo de 336 trabalhadores, muitos deles há mais de uma década ao serviço da empresa.

Aviar as malas e ir para casa

 

Mas para o presidente do Sindicato dos técnicos de Handling dos Aeroportos, André Teives, a decisão é questionável:

“A mesma empresa, que com investimentos do Estado português, sustenta 2.800 trabalhadores no Brasil com 70 milhões de euros por ano de prejuízo, vem agora querer mandar para o desemprego os funcionários do Algarve”, declarou à agência Lusa.

Segundo André Teives, “todos os trabalhadores da base de Faro estão “efetivos nos quadros da empresa”, têm entre “10 a 20 anos de casa” e estão a meio da vida ativa, com uma média de idades “situada nos 40 anos”. A reconversão destes trabalhadores não é fácil, pois a função deles é trabalhar com aeronaves, com regras internacionais e se o avião for mal carregado não descola ou pode cair”, alerta o sindicalista.

O mesmo responsável salienta que os trabalhadores só foram informados da intenção de despedimento coletivo pela comunicação social.

Do ponto de vista operacional, no entanto, a situação pode não vir a ser tão grave quanto parece. Fonte da gestão aeroportuária em Faro admitiu ao Expresso que a concorrente Portway já assegurava um maior número de handlings do que a Groundforce e que estará já preparada para assumir o ‘controlo’ de todas as operações, sem que isso se venha a reflectir sobremaneira no transporte dos passageiros e bagagens.

Ministro mostra-se compreensivo com a empresa

 

Entretanto, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações já lamentou os despedimentos na empresa de assistência em terra em aviões Groundforce, afirmando que este tipo de situações deve ser encarado no âmbito de processos de reestruturação.

“Em primeiro lugar, tudo aquilo que diz respeito a despedimentos temos que lamentar. É óbvio, ninguém fica satisfeito”, disse António Mendonça, sublinhando não ter tido qualquer contacto com a empresa, mas adiantando que é importante ter presente que “há processos de reestruturação ao nível das diferentes empresas que visam precisamente atacar situações de défice que são insustentáveis”.

A Groundforce possui atualmente bases operativas de assistência a bagagens no Porto, Lisboa, Faro, Porto Santo e Funchal.

Mário Lino / Rede Expresso

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