Grupo ambientalista reclama fim das culturas de abacate no Algarve

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Um auto-proclamado grupo “Terra Saudável” veio esta quinta-feira a público apelar ao desaparecimento da cultura do abacate e de outros tipos de monocultura que “contribuem para a destruição dos solos, para o agravar do problema hídrico por que passa o Algarve” e para agravar o problema da seca na região.

Culturas que, segundo o mesmo grupo ambientalista de Lagos, é responsável pelo envenenamento de solos e aquíferos através da utilização de químicos como o glifosato.

O “Terra Saudável” evoca a exploração de abacates com cerca de 110 hectares que desde 2018 cresce na localidade de Barão de São João, concelho de Lagos, plantação que tem “impactos negativos para os recursos hídricos, bem como outros fatores ambientais”.

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A preparação do terreno para que esta plantação pudesse acontecer, com as necessárias
remoção de rochas e mobilização dos solos, tem como consequência a redução da capacidade de infiltração dos solos, o que vai reduzir a disponibilidade hídrica subterrânea e vai afetar a qualidade da água dos aquíferos.

Junta-se a isto a utilização de pesticidas como o glifosato, que “já começou a contaminar
os lençóis friáticos”, garante o grupo, que diz ter provas de que a contaminação já está a ocorrer, uma vez que através de analises à água, levadas a cabo em 2018, “os níveis de glifosato mostraram
ser superiores em 25 vezes aos permitidos por legislação comunitária”.

“O que este grupo considera verdadeiramente preocupante é termos a CCDR/Algarve a
defender a avaliação de impacto ambiental, prévia à plantação; termos a APA (Agência
Portuguesa do Ambiente), a defender a avaliação de impacto ambiental, prévia à plantação; e
termos a o Ministério da Agricultura a referir o seguinte: ’em função da localização, da
natureza e, sobretudo da pequena dimensão do projeto em causa não estão reunidos os
pressupostos que poderiam fundamentar a sujeição do projeto a procedimento de AIA'”

“E à conta desta posição minoritária do Ministério da Agricultura, os aquíferos vão
desaparecendo e/ou são envenenados”, sustenta o “Terra Saudável”, afiançando que vai pugnar pela defesa da Terra e pela defesa da legalidade, “seja junto da administração pública, seja junto dos Tribunais, caso tal seja necessário”.

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