Grupo de socialistas escreve carta-aberta a Seguro

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São mais de 50, entre eles os “costistas” João Tiago Silveira, Ana Catarina Mendes, Fernando Rocha Andrade e Duarte Cordeiro, a quererem que o próximo líder socialista seja escolhido em eleições diretas abertas a não militantes.

Um grupo de destacados socialistas próximos de António Costa, insatisfeito com o rumo das coisas no partido, decidiu “fazer alguma coisa” para por travão à crescente falta de confiança dos cidadãos nos partidos.

O resultado foi uma carta aberta ao secretário-geral do PS onde, entre outras propostas “arrojadas”, os subscritores propõem eleições diretas abertas a não-militantes para a escolha do secretário-geral do PS. E querem aproveitar o congresso do próximo fim-de-semana para encetar a discussão o quanto antes.

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Além de João Tiago Silveira, assinam a carta aberta Ana Catarina Mendes, Catarina Marcelino, Duarte Cordeiro, Fernando Medina, Fernando Rocha Andrade, Graça Fonseca, Filipa Marques Júnior, Francisco César, Isabel Moreira, João Constâncio, João Galamba, João Miranda, Mariana Vieira da Silva, Pedro Delgado Alves, Pedro Marques, Pedro Nuno Santos, Sónia Fertuzinhos. Domingos Farinha e Tiago Antunes, dois independentes, docentes da Faculdade de Direito de Lisboa que trabalharam com José Almeida Ribeiro (ex-secretário adjunto de Sócrates) no último Governo PS, engrossam a lista de subscritores.

Apesar do contexto em que surgiu a iniciativa – após a Comissão Nacional de fevereiro – e de muitos dos subscritores serem críticos de António José Seguro, “não é nenhum desafio à atual direção socialista”, garante ao Expresso João Tiago Silveira. “Foi muito importante que se deixasse cair o acessório para se atender ao essencial”, sublinha este antigo porta-voz do PS, garantindo que se trata de “propostas para o futuro” que os proponentes entendem, porém, que devem ser rapidamente encaradas pelo partido por forma a poderem ter “resultados efetivos no próximo congresso, a seguir às próximas legislativas”. Daí a pressa dos 45 subscritores iniciais do documento (que, entretanto, já ultrapassaram a meia centena) em o terem pronto a tempo de ser já discutido no conclave de Santa Maria da Feira, a partir de sexta-feira.

Foram dois meses a partir pedra. Da discussão resultaram 6 medidas concretas:

1) eleições primárias abertas a simpatizantes na eleição para secretário-geral do PS;

2) possibilidade de referendos vinculativos para decidir sobre as posições do partido;

3) inclusão de independentes/simpatizantes na Comissão Nacional e na Comissão Política;

4) criação de um direito de petição para os militantes do PS e cidadãos poderem apresentar propostas ao Congresso;

5) criação de um processo participativo aberto a todos os cidadãos para apresentação e votação de propostas através da internet, com vista à sua inclusão nos programas eleitorais do PS;

6) apresentação das medidas concretas dos programas eleitorais acompanhadas de um calendário de execução e de uma estimativa de impacto económico-financeiro e seu financiamento.

“São necessárias medidas que reforcem a ligação entre os partidos e a sociedade e entre os políticos e os cidadãos (…). Temos de começar por dar o exemplo na nossa própria casa”, justifica o documento – enviado sexta-feira a António José Seguro, mas também à presidente do PS, Maria de Belém, e ao presidente da Comissão Organizadora do Congresso, Joaquim Raposo – que pode ser lido na íntegra, e subscrito, em www.facebook.com/MaisparticipacaomelhorPS .

Cristina Figueiredo (Rede Expresso)
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