Há água para este ano, mas agricultores estão preocupados com 2023

Para a associação, “a grande preocupação” recai campanha agrícola do próximo ano

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A campanha agrícola deste ano está assegurada no Perímetro de Rega do Mira, embora com redução de alguma área de cultivo, revelou a associação de fruticultores de Aljezur e Odemira, prevendo problemas em 2023, devido à seca.

“Com mais ou menos dificuldade e, inclusivamente, com alguma necessidade de deixar de cultivar algumas parcelas e algumas estufas, este ano está praticamente resolvido”, disse o presidente da Associação dos Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA), Luís Mesquita Dias. 

Para a associação, “a grande preocupação” recai campanha agrícola do próximo ano, uma vez que só em 2024 “estará concluída a estação elevatória” que vai permitir a captação de água da barragem de Santa Clara, no concelho de Odemira (Beja), “a um nível inferior” à cota 106.

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Segundo o responsável, entre o final da campanha deste ano e o ano de 2024, é que “é urgentíssimo conseguir encontrar meios técnicos” para se ir captar água “abaixo da cota 106” e fazer face à campanha agrícola do próximo ano.

As culturas do Perímetro de Rega do Mira, que compreende os concelhos de Odemira (Beja) e Aljezur, “precisam, em média, de 4.000 a 5.000 metros cúbicos por hectare”, disse. Na atual campanha de rega, “já tivemos de viver com 2.000 mil metros cúbicos/hectare” de água, indicou Luís Mesquita Dias.

Questionado sobre a diminuição da área de cultivo, o responsável minimizou o problema, mas admitiu que “alguns produtores, seja de estufa, seja em campo aberto”, tenham tido necessidade “de reduzir a área em função da redução da água”.

Segundo Luís Mesquita Dias, “as empresas tiveram de lançar mão daquilo que podiam”, com pedidos de “licenciamento de furos e de charcas ou reservatórios” para “tentar reduzir ao mínimo a água que se perdia”.

“A natureza do sistema faz com que, no final da linha, a água que não é aproveitada vá para o mar” e, “se as empresas se dispuserem a fazer reservatórios, conseguem evitar que uma parte dessa água” se perca.

No entanto, alertou, as empresas “estão preocupadas” com “toda a burocracia” existente em torno dos processos de licenciamento, “particularmente ligada ao Instituto da Conservação da Natureza” e das Florestas, que “faz com que seja muito moroso o processo de atribuição das licenças”.

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