Há mais de 50 mil trabalhadores e suas famílias “em aflição”, concluem BE/Algarve e USAL

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O Bloco de Esquerda do Algarve e a União dos Sindicatos do Algarve (USAL) – CGTP-IN asseguraram que há “muito mais de 50 mil trabalhadores e suas famílias em grande aflição em todo o distrito e convergiram na necessidade de defender os direitos de quem trabalha.

 Em reunião recentemente realizada, na Sede da USAL, a pedido do Bloco de Esquerda, foram evocados os números fornecidos pelo IEFP, e repetidos pelo coordenador da USAL, António Goulart, segundo os quais no fim de abril estavam registados nos pedidos de emprego 26.379 trabalhadores desempregados.

“É provável que no mês de maio tenham sido cerca de 28 mil. Se a isto se juntarem os mais de 20 mil trabalhadores em lay-off e o conjunto dos que se encontram com salários cortados ou em atraso, são muito mais de 50 mil trabalhadores e suas famílias em grande aflição em todo o distrito”, conclui o BE/Algarve, em comunicado no qual relata as conclusões do encontro.

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Tudo isto, acrescenta o BE, coloca o Algarve como a região mais atingida pela quebra económica e pelas graves consequências sociais, em todo o País.

No encontro foi chamada a atenção de que já em 2008 a USAL concluíra que a região era a mais vulnerável às crises, por estar “exclusivamente dependente do turismo e do apego dos hoteleiros e outros empresários ao emprego precário sazonal”.

“Daí para cá esta realidade não diminuiu, antes se agravou, vendo-se agora os seus efeitos em grande dimensão, e sendo previsível que, após o verão, ainda se agrave mais”, afirma a nota de Imprensa do BE/Algarve.

Foram referidos alguns casos de abuso patronal “ou de quererem lavar as mãos das suas responsabilidades”.

“A propósito dos cortes salariais e dos atrasos de pagamento, alguns grandes patrões no Algarve “queixaram-se” que a Segurança Social não estava a pagar aos trabalhadores. Isto quando é aos patrões que sempre coube o pagamento atempado dos salários. À Segurança Social cabe ressarcir as entidades patronais das parcelas que a legislação do lay-off determina que sejam cobertas pelo Estado. Esta queixa é deslocada, sobretudo no caso do grande patronato, ainda por cima quando ficam isentos de pagar a contribuição patronal para a Segurança Social”, concluem as duas entidades, citadas pelo Bloco.

Quanto às condições de segurança sanitária, é dito que muitas empresas não avançaram, desde logo, planos de contingência para os trabalhadores que continuaram a trabalhar nas empresas e nos serviços.

“Houve até alguns patrões, nomeadamente na Hotelaria, que, no início, desaconselhavam e tentavam evitar que os trabalhadores usassem máscara ‘para não incomodar, nem alarmar os clientes’. A USAL emitiu em meados de março uma nota à C. Social denunciando estas ocorrências. Foi solicitada uma reunião com a Administração Regional de Saúde, para debater o assunto. Essa reunião ainda não se tinha realizado no dia do encontro com o Bloco.

No que se refere à ACT, esta diz que houve um reforço de inspetores, porém, desconhecem-se as fiscalizações que deveria já ter feito, ou estar a fazer a partir das listas de empresas em lay-off no Algarve, as quais lhe foram remetidas pela Segurança Social.

“A ACT tem sofrido de problemas estruturais desde sempre no Algarve. Agora, a grande maioria do atendimento é informático. Está a tratar dos problemas apenas reativamente, conforme surgem e agora nem isso, pois as queixas aumentaram muito. Deixou de ter iniciativas próprias”, afirma a nota.

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