A hipótese de um governo de direita minoritário, entre cristãos democratas e liberais, apoiados pelo partido de extrema direita e anti-islâmico PVV, começa a tomar forma na Holanda.
Numa declaração conjunta, hoje divulgada, os líderes partidários daquelas três formações dizem que “concordaram que o PVV apoiará partes de um acordo de coligação, que deverá ainda ser aperfeiçoado”.
“Por seu turno, o VVD e o CDA irão concordar com um programa que irá respeitar os desejos do PVV”, acrescentam os dirigentes Mark Rutte (VVD, liberal), Maxime Verhagen (CDA, democrata cristão) e Geert Wilders (PVV, extrema direita).
Os três partidos reconhecem que têm “opiniões diferentes sobre a natureza e o caráter do islão”, mas “aceitam as suas divergências nesta questão”.
O partido de Geert Wilders, que classifica o islão de fascista, fez uma campanha para proibir o Alcorão e o véu integral na Holanda.
Um governo de minoria apoiado pelo partido de extrema direita tornou-se “uma opção séria”, disse à agência francesa AFP Kouwhoven Nick, porta-voz de Mark Rutte, segundo quem as negociações formais sobre essa eventual coligação “podem começar já na terça feira”.
O VVD foi o vencedor das eleições holandesas, mas com apenas uma cadeira a mais do que o partido trabalhista PvdA. Já o radical PVV foi o partido que mais cresceu, sendo agora o terceiro maior no parlamento. O CDA, por sua vez, foi o que sofreu maiores perdas e, até agora, tinha-se mantido à distância das negociações para uma coligação.