Hospitais do Algarve pagam a dobrar à hora para garantir médicos especialistas

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Para garantir os médicos necessários para o período de grande afluência de turistas (e não só) que se aproxima, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) está a pagar quase o dobro do que prevê a lei em prestações de serviços, revela o “DN”.

De acordo com o decreto de execução orçamental, publicado há cerca de um mês, “durante o ano de 2018, o valor máximo por hora de trabalho a pagar pela aquisição de serviços médicos não pode, em caso algum, ser superior ao valor/hora mais elevado previsto na tabela remuneratória aplicável aos trabalhadores integrados na carreira médica ou especial médica”.

Em março deste ano, um despacho estabeleceu os valores/hora de referência: 22 euros para os médicos não especialistas; 26 euros para os médicos especialistas, que podem ir até aos 29,21 em zonas carenciadas, como é o caso do Algarve. O mesmo documento indica que de forma “excecional” e “temporária” podem ser acrescidos 50% aos valores de referência para especialistas – ou seja, atingir-se os 39 euros.

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Esta situação “excecional”, contudo, tornou-se a norma no Algarve, escreve o matutino. Há, inclusive, profissionais a ganhar mais de 50 euros à hora.

Estes valores “são justificados e autorizados tendo em conta a reconhecida carência de profissionais de saúde para áreas vitais e cruciais para continuar a assegurar a prestação de cuidados de saúde”, justificou o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, em declarações ao “DN”.

A CHUA reconheceu também não ter “o número desejado de profissionais de saúde no quadro, tendo por isso, como muitos hospitais nacionais, que recorrer à contratação externa de serviços médicos”.

Esta justificação, todavia, não é aceite pelos profissionais que já trabalham no mesmo centro hospitalar. Estes contra-atacam com um estudo que concluiu que o CHUA poupava 500 mil euros por ano em contratos se pagasse mais aos médicos do quadro.

“Mas andam a pagar 50 euros em várias especialidades, contratados que ganham duas ou três vezes mais do que os médicos do quadro que fazem a mesma coisa. Andamos a fazer figura de parvos, e os que decidem deixar de ser parvos saem para o privado ou passam a fazer o mesmo que os prestadores de serviços fazem, a ganhar 50 euros por hora”, queixou-se um médico especialista do CHUA.

JA|Rede Expresso

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