Igreja Venezuelana quer que Governo investigue escândalo de alimentos e medicamentos estragados

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A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) emitiu um comunicado onde convida os católicos a refletir e insta o governo a investigar o escândalo dos alimentos e medicamentos estragados, “um pecado que clama o céu e põe em evidência o deterioração moral dos organismos”.

Desde há várias semanas que a imprensa denuncia o aparecimento de dezenas de milhar de toneladas de alimentos e medicamentos estragados, adquiridos por empresas estatais e guardados em milhares de contentores.

“Solicitamos que se proceda a uma averiguação profunda e diligente do que tem acontecido, que se atue com firmeza e transparência, tanto nas denúncias como nas investigações, e se tomem as medidas necessárias para que fatos como este não voltem a ocorrer”, começa por pedir a CEV depois de chamar à reflexão e classificar o acontecimento como um pecado.

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No documento, a que a Agência Lusa, teve acesso a CEV refere-se também à liberdade de imprensa no país, vincando que “a liberdade de expressão e informação e o direito à denúncia são valores sociais imprescindíveis para o equilibro dos poderes, uma maior equidade comunicacional, o fomento da pluralidade de ideias, assim como o respeito pela dissidência”.

“Os que exercem responsabilidades públicas devem evitar o uso do poder e da promulgação de leis como instrumentos de amedrontamento e castigo, uma democracia sem liberdade, sem poderes autónomos e justos vai-se deteriorando e abre caminho ao abuso e à impunidade”, prossegue.

Segundo a CEV “os venezuelanos necessitam de um clima social e político que favoreça a serenidade espiritual, permita formar um julgamento completo sobre a realidade e refletir sobre a importância da participação livre e consciente nas eleições (parlamentares) do próximo 26 de setembro”.

“Cabe às diversas instâncias do Estado promover as condições mínimas de segurança e convivência para que podamos assomar-nos ao futuro com tranquilidade e esperança”, sublinha.

O comunicado exorta também ao “Senhor e à Virgem” para que deem “a todos os venezuelanos luz, sabedoria e fortaleza para superar os conflitos e construir juntos um só país”.

Entre os milhares de toneladas de alimentos estragados que são localizados semanalmente em vários Estados do país encontram-se produtos como carne de vaca, frangos, arroz, farinha, leite, açúcar e óleo de soja.

Os alimentos foram adquiridos pelo Estado para resolver os problemas de abastecimento no país, mas nunca chegaram a ser distribuídos pelas redes estatais de supermercados Pdval (Pdvsa Alimentos), Mercal (Mercados de Alimentos) e Casa (Corporação de Abastecimento e Serviços Agrícolas).

FPG

Lusa/JA

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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