Os funcionários da empresa sueca em França estiveram sujeitos a câmaras de vigilância e leitura indevida de emails, afirmam sindicatos.
A Confederação Francesa Democrática do Trabalho apresentou hoje uma queixa, no departamento policial de Versailles, contra a IKEA por espionagem. Antes, já a “Força Operária” tinha apresentado queixa igual. Um inquérito judicial está em curso.
No dia 29 de fevereiro, o jornal francês “Le Canard Enchaîne” noticiou que, durante anos, o responsável pela empresa em França e a respetiva diretora de recursos humanos expiaram os funcionários com a ajuda de uma empresa de detetives, a Sûreté Intenacional.
Ao Expresso, um elemento da empresa de investigação, que preferiu manter o anonimato, negou qualquer envolvimento no caso. Questionado sobre o facto de a IKEA ainda aparecer como cliente no site da Sûreté Intenacional, confirmou que trabalharam para a loja francesa, contudo, recusou-se a adiantar que tipo de serviços prestaram.
O MediaPart divulgou documentos internos que mostram que a espionagem incluia abertura de emails, investigação criminal e câmaras de vigilância para acompanhar todos os passos dos funcionários. O site diz ainda que clientes insatisfeitos também terão sido investigados.
Empresa reage ao fim de nove dias
A IKEA rejeita qualquer envolvimento com a alegada atitude dos seus dirigentes em França. Num comunicado emitido nove dias depois do escândalo rebentar, a empresa sueca decididiu abrir um inquérito interno.
“As nossas regras deontológicas são claras: trabalhamos com honestidade e transparência, qualquer que seja o país onde estejamos”, lê-se num comunicado no site do IKEA.
Contactado pelo Expresso, a empresa em Portugal apenas adiantou que o caso está todo a ser tratado pela surcussal francesa, que, até ao momento, não respondeu às perguntas colocadas pelo Expresso.
