IKEA já entregou pedido de localização e prepara projeto para Loulé

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IKEA e Câmara de Loulé formalizaram interesse mútuo em área comercial nas proximidades do Parque das Cidades

Governo diz que investir em Portugal é questão de “coragem”

Secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor elogiou a intenção do grupo IKEA de investir em Portugal numa época de crise.

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São 200 milhões de euros até 2013, para captar consumidores no Algarve, no Baixo Alentejo, mas também em Espanha, junto à fronteira.

“Isto é um ato de coragem. O mais cómodo seria para um investidor esperar que o vento mudasse para aparecer depois. Aparecer um grupo que está disposto a investir em Portugal é muito bom”, afirmou Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor, à margem do protocolo de entendimento entre a IKEA Portugal e a Câmara de Loulé.

“É um projeto muito interessante, com um grau de influência que vai para lá de Portugal, até Espanha”, acrescentou.

IKEA não vai abrandar investimentos devido à crise

Por seu lado, o grupo IKEA admite que mesmo com a subida da carga fiscal – e em particular do IVA – as intenções de investimento do grupo não vão sair prejudicadas. “Nós estamos a cumprir de uma maneira rigorosa os planos de expansão que foram determinados à chegada, sete lojas em Portugal, e vamos seguir o plano que estava determinado”, afirma ao Expresso António Machado, diretor de expansão da IKEA Portugal.

“A IKEA é uma empresa que trabalha a médio e longo prazo. Sabemos que vivemos momentos difíceis, mas a IKEA aposta em Portugal porque acredita que o mercado português é importante e será ainda mais importante no futuro. Nestes tempos, o consumidor procurará a melhor oferta e nós temo-la”, publicita António Machado.

Com mais de 300 lojas a nível mundial, a IKEA tem atualmente três em Portugal, bem como um centro comercial em Matosinhos. Na calha, está um projeto em Gaia e outro no Algarve, para abrir até 2013.

No país, o grupo dá emprego a 1500 pessoas e tem sete fornecedores. Um deles é uma fábrica de sofás no concelho de Tábua, que se tornou numa das maiores empresas de produção do género a nível mundial, segundo a IKEA.

À parte da área comercial, o grupo tem desenvolvido também o setor industrial, com a instalação de duas fábricas Swedwood em Paços de Ferreira, cuja produção se destina em 90% à exportação.

Processo conturbado no Algarve

No documento assinado hoje entre a IMO224, sociedade gerida pela IKEA mas com sede nos escritórios de advogados da PLMJ associados, e a Câmara Municipal de Loulé, prevê-se a construção de uma loja IKEA, um Centro Comercial e um Retail Park, num projeto que estima a criação de 3 mil postos de trabalho, 400 dos quais diretos.

O projeto esteve, no entanto, envolvido em polémica desde o início: por um lado devido à aquisição sigilosa dos terrenos, através da sociedade de advogados de que o ex-bastonário José Miguel Júdice faz parte, por outro por se encontrar parcialmente em zona de Reserva Agrícola Nacional, em solo que terá de ser alterado para que seja possível a construção do empreendimento e finalmente devido ao confronto com outro ‘peso-pesado’, a Auchan.

No início, o grupo francês Auchan encetou o mesmo tipo de processo de aquisição de terrenos mas numa outra área, mais a Oeste no concelho de Loulé, junto ao nó de acesso da A22 Loulé/Quarteira e teria a garantia de instalação da IKEA com uma loja âncora. Mas as coisas não correram de feição, e o grupo sueco entendeu que a localização e os acessos não eram os ideais, conforme o Expresso já tinha noticiado.

Isto fez com que a IKEA começasse à procura de outras localizações por conta própria, numa altura em que a Auchan já tinha sinalizado com alguns milhões a intenção de compra de terrenos na outra área, também ela de solo parcialmente agrícola, num processo que tinha começado em 2006.

Gradualmente, o projeto da IKEA foi ganhando ‘adeptos’ junto da Câmara Municipal de Loulé, mais virada agora para o eixo estratégico do Parque das Cidades e do nó Loulé-Faro, do que para a área de expansão da zona industrial, para onde se perspetivava o projeto da Auchan.

E foi por isso que hoje IKEA e a Câmara deram as mãos, literalmente, na assinatura do protocolo de investimento que obrigará aos promotores a elaboração de um novo Plano de Urbanização para a área envolvente do Parque das Cidades, na zona de Caliços-Esteval.

“Este projeto no Algarve será um projeto inovador, que terá como base o projeto de Matosinhos, mas terá muita coisa nova, em termos sustentáveis, será um exemplo dentro da IKEA como um projeto sustentável. Terá uma área idêntica ao de Matosinhos de cerca de 110 mil m2, mas ainda está no arranque e é muito cedo para falar sobre detalhes”, descortina António Machado, director de expansão da IKEA em Portugal.

Mário Lino /Rede Expresso

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