Imagens comparam Albufeira de 1966 e 2014

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Mostra com 39 imagens dos edifícios e locais mais emblemáticos da cidade de Albufeira já está online. “Lugares de Memória” revela o espólio fotográfico tirado em 1966, nos primórdios do turismo no Algarve, pelo arquiteto Cabeça Padrão, e faz uma revisita aos mesmos locais em 2014. As mudanças podem ser vistas no portal Casas com História

Já está online a exposição “Lugares de Memória: Cabeça Padrão”, que divulga o estudo pioneiro realizado pelo arquiteto português em Albufeira, através de uma revisita aos locais onde, em 1966, retratou o património do núcleo urbano da cidade.

A mostra está acessível a todos no sítio do projeto “Casas com Histórias”, mas também no sítio turístico do município de Albufeira, da autarquia e na página principal do arquivo histórico de Albufeira.

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“Ao aceder ao portal, é possível comparar alguns dos edifícios e lugares mais emblemáticos da cidade retratados em 1966 e, agora, em 2014”, explicam os responsáveis, frisando que “as 39 imagens que compõem a exposição digital ilustram o património da então vila de Albufeira e pretendem dar continuidade à divulgação do trabalho inédito de planeamento que o arquiteto Cabeça Padrão realizou nos primórdios do turismo no Algarve”.

Nos anos 60, o arquiteto elaborou 47 planos para outras tantas cidades, vilas e até aldeias da região, sob o título “Prospeção, Preservação e Recuperação de Elementos Urbanísticos e Arquitetónicos notáveis, em áreas urbanas e marginais viárias, na Região do Algarve”.

Tratavam-se de estudos de levantamento e caraterização patrimonial de núcleos urbanos, apresentando planos de intervenção para edifícios e espaços públicos mediante a aplicação de uma metodologia precisa e avançada para a época.

O estudo sobre a paisagem urbana algarvia, que passava por um levantamento minucioso de cada uma das localidades estudadas, terminava com um regulamento, que estabelecia regras bem definidas para o futuro. Esse trabalho nunca chegou a ser aplicado e apenas 21 daqueles estudos sobreviveram ao tempo, entre eles o do município de Albufeira.

“Uma monstruosa renovação urbana”

O estudo mostra que, nas décadas de 30 e 40, Albufeira acompanhou o decréscimo das atividades comercias, à semelhança do que se passou com muitas localidades algarvias.

Durante este período, mais difícil, fábricas foram encerradas, atividades económicas desapareceram, e a população voltou-se para a pesca enquanto atividade de subsistência.

No início da década de 60, assistiu-se ao nascimento do fenómeno turístico. Foi, no entanto, no final da década de 70 e início da 80, que se verificou o grande crescimento económico de Albufeira, demonstrado não só no aumento exponencial de turistas assim como no entusiasmo urbanístico.

Segundo as palavras de Cabeça Padrão, assistia-se nesta altura a “uma monstruosa renovação urbana”.

Este projeto “Casas com histórias” interliga-se também com o projeto “Recolha de fotografias antigas de Albufeira”, em curso desde 2008, e com o fundo fonográfico do arquivo histórico, onde se pretende recolher registos orais para memória futura.

Está ainda interligado com a “Genealogia do Algarve”, um projeto da autoria do investigador Nuno Campos Inácio e que está em curso desde 2009.

NC/JA

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