Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos na colina do castelo de Paderne, no concelho de Albufeira, desde os anos 80, já permitiram identificar inúmeros vestígios que vão desde o século XII (período medieval islâmico – almóada) ao século XVIII (período moderno). Estruturas fortificadas, edifícios habitacionais, uma igreja e um conjunto diversificado de materiais, já foram identificados neste local e cronologicamente enquadrados.
No entanto, este trabalho corre o risco de ficar parado por falta de verbas. A denúncia foi feita, na semana passada, pelo PCP, que defende a continuidade destes trabalhos arqueológicos, “quer no interior do castelo, quer na colina onde este se encontra situado, revelando, em toda a sua plenitude, o valioso património arqueológico existente neste local”.
Segundo informou o gabinete da ministra da Cultura, Graça Fonseca, o investimento previsto para o castelo de Paderne em 2019 é de “cerca de 460 mil euros”, sendo que este financiamento “é exclusivo para obras e não contempla escavações arqueológicas ou o espaço envolvente”.
Ou seja, este ano apenas será concretizado o investimento na conservação e restauro da torre albarrã, um projeto que esteve bloqueado entre 2010 e 2017 por falta de financiamento.
Porém, o PCP considera que é necessário completar as escavações arqueológicas no castelo de Paderne, alargando-as à colina onde este se situa.
Por outro lado, os comunistas questionaram a ministra da Cultura sobre os recursos humanos e financeiros que serão disponibilizados à Direção Regional de Cultura do Algarve para a concretização destas intervenções. Na resposta, o gabinete da ministra adiantou que “em 2018, a direção regional contou com a entrada de dois técnicos superiores e um coordenador técnico, não tendo ocorrido qualquer saída de trabalhadores”, enquanto para 2019 “está previsto o montante necessário para a contratação de nove assistentes técnicos e quatro assistentes operacionais”.