Incêndio em Monchique “está para durar”

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“Não vale a pena ter a ilusão de que o incêndio vai ser apagado nas próximas horas”, disse há poucos minutos o primeiro-ministro, António Costa, durante um balanço sobre o que chama de “primeiro desafio deste ano às autoridades”.

O primeiro-ministro considera que dada a “complexidade” da situação no terreno, não será possível controlar o incêndio nas próximas horas. O trabalho dos bombeiros está a ser dificultado por causa do vento forte que se faz sentir no terreno.

António Costa afirmou ainda que o sistema de proteção civil “respondeu à altura do desafio” face à recente onda de calor que Portugal viveu. E avançou que, das 582 ignições que se registaram em cinco dias em todo o país, só o fogo de Monchique ganhou maiores proporções. Com o incêndio ainda ativo, o governante lembra que ainda não é tempo de fazer um balanço, preferindo elogiar o “profissionalismo” e a “competência” da Proteção Civil.

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Assim, ao sexto dia do incêndio que começou na serra de Monchique, prevê-se que a situação meteorológica continue a dificultar o combate às chamas. ´Neste momento, há várias estradas cortadas ao trânsito nos concelhos de Monchique e Silves.

Apesar de a GNR ter apelado à população para que obedeça às orientações das autoridades em caso de evacuação devido aos incêndios, já foram registados vários episódios em que os moradores recusam-se a abandonar as suas propriedades e são “forçados” a sair pelos militares.

O JORNAL DO ALGARVE ouviu mesmo duas testemunhas que garantiram haver pessoas que se trancaram dentro de casa e fingiram que não estava ninguém quando chegaram as autoridades. “Assim é que conseguiram salvar as suas casas, porque senão tinha ardido tudo e ficavam sem nada”, refere uma moradora. Há ainda relatos de quem tenha fugido da GNR para não ser levado. Mesmo assim, não há registo de qualquer vítima mortal até ao momento. Já o número de feridos subiu para 32, um dos quais em estado grave.

Entretanto, a Proteção Civil afirma que a situação está “mais estável” e que a “frente da Fóia é a mais complicada”. A outra zona crítica é em Silves, mas a situação está mais favorável.

Às 14h04 desta quarta-feira, o ponto da situação disponível na página da Proteção Civil indica que estão no terreno treze meios aéreos e 1.295 operacionais, apoiados por 385 viaturas.

O fogo já levou à evacuação de várias localidades nos concelhos de Monchique e Silves, tendo já consumido mais de 21 mil hectares, o equivalente a 21 mil campos de futebol. Pior, só em 2003, quando a serra ardeu durante dez dias e o fogo consumiu 41 mil hectares.

O incêndio que assola a região já é visível do espaço, tendo sido fotografado segunda-feira pelo astronauta alemão na Agência Espacial Europeia (ESA), Alexander Gerst, que partilhou três imagens nas redes sociais. Na fotografia mais aproximada é visível uma coluna de fumo por cima da região onde as chamas lavram há dias em Monchique, e que se estendia até ao mar.

NC|JA

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