O incêndio que lavra desde o início da tarde de sexta-feira na serra de Monchique mantém-se com duas frentes ativas, uma das quais progredia ao início desta noite de domingo em direção à vila algarvia, estando a gerar alguma apreensão entre os moradores locais.
Esta noite, bombeiros e população não vão dormir para proteger os seus bens e as próprias vidas. O vento tem dificultado o trabalho dos bombeiros e algumas povoações tiveram mesmo de ser evacuadas por precaução numa zona sem acesso para meios de combate, disse fonte da Protecção Civil. A outra frente de incêndio, que se propagou ao concelho vizinho de Odemira, já está quase a ser dominada.
Na serra de Monchique, as chamas não param de destruir mato e floresta desde as 13h30 de sexta-feira. A Proteção Civil assegura que “não tem conhecimento de qualquer casa habitável ardida” e que o fogo terá atingido apenas armazéns agrícolas. Mas alguns órgãos de comunicação social falam de habitações destruídas em algumas aldeias que foram evacuadas.
Ao final da tarde deste domingo, cerca de 831 operacionais, apoiados por 223 veículos e 12 meios aéreos, ainda combatiam o incêndio.
O vento forte e os declives acentuados do terreno têm dificultado o trabalho dos bombeiros no local. Também estão a ocorrer muitos reacendimentos.
Entretanto, a localidade de Portela do Vento foi evacuada durante a tarde. O incêndio já obrigou à evacuação de cerca de 110 pessoas e 15 lugares dos concelhos de Monchique (Taipas, Foz do Carvalhoso, Ladeira de Cima, Pedra da Negra, Foz do Lavajo, Corjas, Foz do Farelo, Ribeira Grande e Portela da Viúva) e Odemira.
Por outro lado, foram assistidos até agora 30 operacionais, com sintomas relacionadas com o calor e com o fumo, informou o comandante operacional.
As forças de combate vão ser reforçadas ao início da noite com mais 16 máquinas de rasto.
A área ardida já ultrapassa os três mil hectares.
O comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, Vaz Pinto, já disse que “a grande preocupação neste momento é a segurança das populações e dos combatentes”.
As temperaturas máximas e mínimas devem começar a descer a partir de segunda-feira.
NC|JA