Iniciativa Liberal de Faro contra estado de contingência no Algarve

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O partido Iniciativa Liberal de Faro criticou hoje o Governo por impor o estado de contingência a partir de terça-feira em todo o país, devido à pandemia de covid-19, sem deixar o Algarve de fora.

“No mesmo dia em que ficámos a saber que Portugal Continental foi excluído do corredor aéreo inglês, que permite aos seus turistas não ficar de quarentena no seu regresso a casa, tivemos conhecimento que o Algarve vai ter o mesmo tipo de medidas que zonas como Lisboa ou o Norte onde o número de casos não tem qualquer comparação”, lamentou a estrutura partidária, num comunicado.

A mesma fonte argumentou que, “o número de novos casos no Algarve, entre 25 de agosto e 10 de setembro, representa em média 2,44% dos novos casos do país”, e considerou que o estado de contingência “vai acabar com as poucas esperanças dos empresários algarvios em fazer face a um terrível ano como este”.

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“A Iniciativa Liberal de Faro critica a imposição cega do estado de contingência anunciado pelo Governo. Ficamos aliás bastante impressionados quando, em 27 de agosto, o Governo informou que em 15 de setembro todo o país iria entrar em estado de contingência”, o partido num comunicado, sustentando que o número de casos na Algarve está “abaixo da média nacional”.

A mesma fonte disse também “não compreender” como o “estado de contingência pode ser aplicado de forma cega” com “argumento do regresso às aulas e ao trabalho”, quando na região há pouca utilização de transportes públicos e a atividade laborar começa a decrescer devido à entrada na época baixa do turismo.

“Basta olhar para a rede de transportes públicos do Algarve para compreender que infelizmente poucos são os algarvios que utilizam essa rede de transportes para as suas deslocações diárias”, referiu Cláudia Vasconcelos, Coordenadora Geral da Iniciativa Liberal de Faro, citada no comunicado.

O partido argumentou que o “regresso ao trabalho, na região do Algarve, já se fez há várias semanas” e, a partir de agora, “mais serão os que deixam de ter trabalho do que os que regressam aos seus postos de trabalho” na região.

Por outro lado, a Iniciativa Liberal de Faro lamentou também que o Algarve continue a “aguardar as supostas medidas para a aplicação dos 300 milhões de euros atribuídos pela União Europeia”, que foram prometidas pelo Governo após a negociação do pacote de apoio à retoma económica negociado em Bruxelas com a Comissão Europeia e os restantes Estados-membros.

“Pior do que isso, o Algarve atravessou este verão e mostrou que estava preparado para receber os turistas de forma segura. E em momento algum isto foi valorizado”, criticou ainda a Iniciativa Liberal de Faro.

Na quinta-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um conjunto de “medidas preventivas” que vão ser aplicadas a partir de terça-feira, quando Portugal continental entrar em situação de contingência para “controlar a pandemia”, considerando o período de regresso às escolas e ao trabalho.

Os ajuntamentos de pessoas ficam limitados a 10 pessoas, a abertura dos estabelecimentos comerciais será feita a partir das 10:00, “com exceções como sejam pastelarias, cafés, cabeleireiros e ginásios”, e é imposta a limitação do horário de encerramento dos estabelecimentos entre as 20:00 e as 23:00, por decisão municipal “em função da realidade específica” em cada concelho.

Os restaurantes podem continuar abertos até à 01:00, recebendo clientes até às 00:00 para refeições, enquanto as áreas de restauração de centros comerciais têm um limite máximo de quatro pessoas por grupo para “evitar grandes concentrações de pessoas”.

Fica também proibida a venda de bebidas alcoólicas nas estações de serviço de abastecimento de combustíveis e a partir das 20:00 em todos os estabelecimentos comerciais, à exceção dos estabelecimentos de restauração com as bebidas que são servidas a acompanhar as refeições.

Em Portugal, morreram 1.855 pessoas dos 62.813 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 910.300 mortos e mais de 28,2 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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