A presença portuguesa e as instalações das forças de segurança nacionais na fronteira da Ponte Internacional do Guadiana em Castro Marim, têm sido elogiadas pela polícia e imprensa espanhola, que criticam o seu próprio Governo, revelou o jornal El Confidencial.
“Parecemos um país de terceiro mundo ao lado de Portugal”, referiu um polícia espanhol àquela publicação, referindo-se à comparação entre as instalações provisórias de Portugal e Espanha naquele local.
Os espanhóis têm à sua disposição uma pequena casa de madeira, “como aquelas que se podem encontrar na entrada de alguns parques de campismo”, enquanto que Portugal tem contentores.
Segundo o polícia espanhol que controla as entradas e saídas entre os dois países, “os contentores de Portugal são novos, em perfeitas condições e desde o primeiro dia que têm luz elétrica e espaço suficiente”, confessou o agente Juan Carlos ao El Confidencial.
“No primeiro dia, deixaram-nos na estrada, de pé, ao lado dos carros”, enquanto chovia, desabafa Juan, que agradece à Câmara Municipal de Castro Marim pelo empréstimo de uma tenda branca, normalmente usadas em feiras.
Após alguns protestos por parte dos agentes, foi levado para o local a casa de madeira, mas “também se molha quando chove, por isso temos de colocar plásticos”, para não entrar água lá para dentro”, confessou o membro da Confederación Española de Policía ao El Confidencial.
“A única explicação que podemos dar é que Portugal, um país com menos riqueza que o nosso, quer e cuida mais dos seus polícias”, referiu.
Em relação aos materiais de proteção para prevenir o contágio de COVID-19, enviados para as forças de segurança espanholas, aquele agente critica os equipamentos que “parecem guardanapos de papel ou um filtro para cafeteiras”.