O presidente da CCDR/Algarve, José Apolinário, considerou no início da semana que a requalificação e eletrificação da Linha Ferroviária do Algarve (em curso) e a implementação do Intercidades Vila Real de Santo António – Tavira – Olhão – Faro a Lisboa em 2024 são duas das principais prioridades da Estratégia Algarve 2030.
Falando num seminário sobre mobilidade promovido pela AMAL, no que considerou constituírem contributos para uma posição política da região sobre a matéria, o presidente da CCDR aduziu também como urgentes para o progresso da ferrovia na região a modernização do material circulante na Linha do Algarve, a renovação da linha ferroviária do Sul entre Tunes e Torre Vã e a reposição da concordância na linha ferroviária em Tunes.
Evocou também a concretização de um Estudo de viabilidade da Ligação Algarve Andaluzia (Aeroporto de Faro/Aeroporto de Sevilha), que já têm uma declaração pública de apoio de AMAL, NERA e Andaluzia. Salientou que a revisão do PROTAL deverá prever e salvaguardar aquele corredor ferroviário.
No que diz respeito à rodovia, priorizou a conclusão do processo de renegociação da Subconcessão Algarve Litoral.
A propósito, lembrou que em 2021, a Infraestruturas de Portugal foi condenada a efetuar pagamentos a título provisório à subconcessionária de cerca de 30 milhões de euros e de um valor mensal de 1,2 milhões de euros á concessionária Rotas do Algarve Litoral, SA.
Aguarda-se a decisão da ação arbitral principal, na sequência da revisão ocorrida inicialmente durante a intervenção da Troika e depois no aditamento ao contrato com visto recusado pelo Tribunal de Contas em 2018. Já foram pagos 48,9 milhões de euros e o valor peticionado é de 445 milhões de euros.
Ainda quanto à vertente rodoviária, enunciou a construção da Variante Norte à Cidade de Olhão (com financiamento PRR), da ponte rodoviária entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana (com financiamento PRR), da requalificação da Estrada Nacional 2 entre a Via do Infante e São Brás de Alportel e a concretização do Estudo de requalificação da Estrada Nacional 120 à passagem por Aljezur.
Anunciou ainda a intenção de impor a mobilidade intermodal inteligente e descarbonizada através de transporte público em sítio próprio ligando a linha ferroviária com a Universidade e o Aeroporto no eixo Olhão-Faro-Loulé.
“O eixo Olhão-Faro-Loulé, com 150 mil residentes permanentes, tem uma quota modal de utilização do transporte público de 3000 residentes/dia, ou seja, de 8% do total, inferior a 5% em Loulé e não ultrapassando os 9 % em Faro;”, disse José Apolinário.
Sustentou que este é um projeto em progresso articulado com os 16 Municípios, complementar e em sinergia com a eletrificação da linha ferroviária do Algarve com próximos passos
em preparação com o direto envolvimento dos Municípios de Faro, Olhão, Loulé, Universidade e Aeroporto.
Estudos preliminares elaborados pela empresa de consultadoria TIS, sobre a viabilidade de
implementação de um transporte público Metrobus/BRT ou de Metro de superfície no eixo Olhão –Faro- Aeroporto – Universidade – Parque das Cidades (localização do futuro Hospital Central) – Loulé, em sítio próprio (TPSP), intermodal e com ligação a várias estações ferroviárias, apontam para a possibilidade de atingirmos cerca de 39,5 mil passageiros diários e um potencial de procura anual de 11,2 milhões de passageiros;
O investimento na mobilidade intermodal inteligente e descarbonizada reduzirá a emissão de CO2 entre 5,1 mil a 6,3 mil toneladas/ano, devido à utilização de modo elétrico, contribuindo fortemente para a descarbonização do sistema de transportes do Algarve, para a qualidade de vida dos cidadãos residentes nesta bacia de emprego e para a empregabilidade e competitividade do território.
