“Eu estava a alucinar”. O homem acusado de fraude pelas associações de surdos, por ter fingido estar a traduzir para língua gestual os discursos das cerimónias fúnebres dedicadas a Nelson Mandela, na terça-feira, veio agora a público justificar o seu comportamento, insistindo ser intérprete, mas ressalvando que não se estava a sentir bem.
Thamsanqa Jantjie não especifica as suas qualificações para ser intérprete gestual, mas diz ao jornal sul-africano “The Star” que estava a alucinar e a ouvir vozes enquanto estava nas cerimónias.
O intérprete, que segundo o mesmo jornal recebeu 85 dólares para participar no evento, afirma que está a receber tratamento por um “episódio esquizofrénico” e que habitualmente toma medicação devido a esse distúrbio psíquico.
“Não havia nada que pudesse fazer. Estava sozinho numa situação muito perigosa. Tentei controlar e não mostrar ao mundo o que se estava a passar. Peço desculpa. Foi uma situação da qual não podia sair”, explica o sul-africano de 34 anos.
“A vida é injusta. Esta doença é injusta. Quem não compreende esta doença pensa que estou a inventar”, acrescenta, citado pelo jornal sul-africano.
O Governo da África do Sul ainda não justificou a situação, tendo dito, segundo a Reuters, desconhecer quem tinha escolhido o intérprete.
Mariana Cabral (Rede Expresso)