Investigação algarvia prova “grave” impacto dos plásticos no mar e na saúde

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O Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg) alerta que o uso desenfreado de plásticos está a ameaçar o oceano, os ecossistemas marinhos e a saúde humana.

Consciente deste “grave problema”, o CIMA está a realizar vários trabalhos de investigação sobre o efeito dos microplásticos (plásticos com dimensão inferior a 5 milímetros, que resultam da degradação do plástico no oceano) em moluscos bivalves, tendo sido publicadas, recentemente, as mais recentes conclusões na revista Frontiers in Marine Science (FMARS).

“Estima-se que, atualmente, existam 150 milhões de toneladas de plásticos nos oceanos, e que, em 2050, poderão ascender aos 850 milhões de toneladas, altura em que se prevê que haja mais plástico do que peixe no oceano”, referem os investigadores algarvios, que contaram com a colaboração de especialistas de universidade belgas e suecas.

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“A investigação centra-se nos efeitos ecotoxicológicos de microplásticos com outros contaminantes (componentes de petróleo, componentes de bronzeadores) absorvidos em ecossistemas marinhos”, explicam os investigadores do CIMA.

No artigo agora publicado, concluiu-se que “os microplásticos têm um efeito inflamatório na espécie estudada e que são também uma fonte de contaminação com outros contaminantes, como os derivados dos hidrocarbonetos para os organismos marinhos”.

Refira-se que, num artigo publicado em 2017, na revista “Marine Pollution Bulletin”, pela equipa do CIMA, já se havia concluído que estes bivalves podem acumular microplásticos nos seus tecidos.

“Essa acumulação dá origem a stress oxidativo, efeitos neurológicos e genéticos. Mesmo após a exposição aos microplásticos terminar, a eliminação total dos tecidos destes bivalves demora mais de uma semana, indiciando a possibilidade destes microplásticos acumulados poderem ser transferidos para níveis tróficos superiores”, concluíram os investigadores do CIMA.

JA

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