Investigadores comprovam inexistência de água na Lua

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Os cientistas têm procurado por vestígios de água na Lua. Mas uma investigação publicada na revista Science contraria esta teoria, garantindo que a Lua pode ser bastante seca.

Um estudo de investigadores norte-americanos, coordenado por Zachary Sharp, da Universidade do Novo México, analisou isótopos de cloro das amostras mais estudadas trazidas para Terra pelas missões espaciais Apollo.

Os cientistas descobriram que não há hidrogénio no magma oceânico ou que há em muito pouca quantidade durante a formação lunar, o que significa que o satélite natural da Terra pode ter sido sempre demasiado seco para suportar vida, concluiu o estudo, citado pela edição online da BBC.

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De acordo com uma das teorias da formação da Lua, um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra há biliões de anos. A consequência foi a formação do satélite da Terra, a Lua, que cristalizou e arrefeceu pouco depois, há cerca 4,5 mil milhões de anos.

Antes de arrefecer, existia aquilo a que se chamou magma oceânico na superfície da Lua, rochas derretidas capazes de reter grandes quantidades de água.

“Como a Terra arrefeceu e cristalizou, houve gases libertados de vulcões que estavam à superfície e o fumo terá provavelmente formado a maioria dos oceanos. Os nossos oceanos vieram de água derretida nas rochas”, afirmou Sharp.

“A mesma coisa deve ter acontecido na Lua, exceto o facto de a Lua ser muito pequena, a gravidade demasiado fraca para reter esta água, pelo que ela deve ter-se perdido no espaço”, argumentou Zachary Sharp.

Na sua procura por água no satélite da Terra, os investigadores basearam o estudo nas análises das rochas lunares que as missões espaciais norte-americanas Apollo trouxeram para a Terra no fim da década de 1960 e início da seguinte.

O grupo de Zachary Sharp decidiu analisar um elemento das amostras, o cloro, que é um indicador muito sensível dos níveis de hidrogénio, cuja presença significa existência de água.

“O cloro adora água. E queríamos ver se o rácio de cloro 37 para cloro 35 era semelhante ao da Terra ou não”, afirmou Sharp.

“Ficámos muito chocados quando descobrimos que não só não é similar como, ao contrário da Terra, onde cada amostra é essencialmente igual, aqui estamos a detetar grandes diferenças. Eram tão grandes que primeiro pensámos que devia haver algum erro de análise, que estávamos a fazer alguma coisa errada”, admitiu.

“Era inédito, era inexplicável. Voltámos atrás [na investigação], reanalisámos as coisas e verificámos que estava tudo bem”, disse.

Zachary Sharp explicou que na Terra o rácio de cloro 37 para cloro 35 é muito constante, variando apenas em cerca de 0,1 por cento.

Os investigadores afirmaram inicialmente que existia “magma oceânico” na Lua mas esta equipa concluiu que na Lua existe cerca de 25 vezes o rácio de isótopos de cloro terrestres.

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