Isolamento não é obrigatório para quem chega de um país de risco

ouvir notícia

Ao contrário do que se poderia supor, quem chega a Portugal Continental vindo de um país de risco não é forçado a ficar em isolamento total, ficando apenas obrigado às restrições dos restantes cidadãos no território nacional, de acordo com
as recomendações da Direção Geral de Saúde desta semana, consultadas pelo JA

A coabitação, num mesmo prédio ou condomínio com alguém que regressou de um país de risco – como por exemplo Itália ou Espanha – pode ser intimidante, ou até assustadora, mas não deixa de se enquadrar nos termos da legislação portuguesa, já que no Continente não há qualquer obrigação de quarentena obrigatória e confinante para aqueles viajantes.


Contudo, a maioria dos infetados pelo vírus está em casa, a recuperar, em princípio enquadrados pelas recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS), que devem ser seguidas à risca.


Além de todas as medidas tomadas pelo Governo para reduzir o risco de contágio de COVID-19, foram suspensos todos os voos para/da União Europeia, com algumas exceções. É o caso do regresso dos portugueses a casa, sempre que haja condições para tal, nomeadamente rotas em atividade e voos.


Devido às restrições fronteiriças (nas fronteiras terrestres, marítimas e aeroportos), em Portugal apenas podem entrar cidadãos nacionais ou estrangeiros titulares de autorização de residência. No território, de forma irrestrita, pode circular pessoal diplomático, elementos das Forças Armadas, serviços de segurança e jornalistas. A circulação está também autorizada, a título excecional e para efeitos de reunião familiar de cônjuges ou equiparados, a familiares até ao primeiro grau.


De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, os cidadãos residentes noutros países têm o direito de saída nas fronteiras para regressarem a casa. O direito de circulação estende-se aos transportes internacionais de mercadorias, transporte de trabalhadores transfronteiriços e circulação de veículos de emergência e socorro.


Isolamento não obrigatório não exclui cuidados especiais


No entanto, para Portugal Continental não está em vigor a obrigatoriedade de isolamento profilático na chegada desses portugueses, sendo apenas uma recomendação. Essa obrigatoriedade apenas está em vigor nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.


Para aqueles cidadãos, a DGS aconselha o isolamento durante 14 dias, com especial atenção a sintomas como febre, tosse e dificuldade respiratória. A temperatura corporal deve ser medida e registada duas vezes por dia.


Caso algum dos sintomas apareça na pessoa recém-chegada de um país de risco ou em alguém com quem convive de perto, os suspeitos não devem deslocar-se aos serviços de saúde, devendo em vez disso ligar para o SNS24 através do número 808 24 24 24 e seguir as orientações dadas após a partilha do seu histórico de viagem.

- Publicidade -


Durante o isolamento recomendado, devem ser seguidas as recomendações em uso para os demais cidadãos: lavagem frequente das mãos com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos, além do reforço de lavagem das mesmas antes e após a preparação de alimentos, antes das refeições, após o uso de casa de banho e sempre que as mãos estejam sujas.


Em alternativa, pode ser usada uma solução à base de álcool. Para se assoar devem ser usados lenços de papel de utilização única, que têm de ser deitados num caixote do lixo e proceder de seguida à lavagem das mãos.


Ao tossir ou espirrar, a boca deve ser direcionada para o braço, com o cotovelo fletido e não para as mãos. Deve-se também evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias.


O viajante deve também procurar saber mais informações junto das autoridades de saúde locais.


Se viver numa casa com outras pessoas, deverá ter um quarto e uma casa de banho só para si, se possível, sem partilhar artigos de higiene pessoal e outros itens domésticos, além de andar pela habitação usando a máscara.

Conselhos a ter durante confinamento


Durante os 14 dias após o regresso ao país de origem, deve ser feito o distanciamento social ao não permanecer em locais muito frequentados e fechados, se não existir necessidade como é o caso de pessoas que tenham de realizar atividades letivas ou profissionais, segundo a DGS.


Deve ser evitado o contacto físico e a decisão voluntária de isolamento profilático deve ser feita em articulação com o delegado de saúde da área de residência, justificando-se apenas para pessoas que tenham vindo de zonas de elevado risco.

Como é feito o procedimento por parte de uma autarquia


No exemplo da Câmara de Vila Real de Santo António, fonte municipal disse ao JA que a autarquia se encontra em contacto permanente com a Autoridade de Local de Saúde (ALS), pelo que “qualquer caso de cidadão/munícipe que regresse ao concelho oriundo do estrangeiro ou de uma zona de risco (desde que tal situação seja dada a conhecer à Câmara), será imediatamente reportado à ALS que, por sua vez, acompanhará o caso, acionará o protocolo em vigor e fará a ponte com as entidades de saúde superiores”.


“Uma vez que as fronteiras terrestres e aéreas se encontram sob controlo, em virtude do estado de emergência nacional, todo e qualquer caso suspeito será encaminhado para despiste e/ou quarentena de acordo com os normativos em vigor”, concluiu o município vilarealense.

Linha de apoio e aplicação móvel disponível


Para um cidadão português que quer voltar ao seu país de origem, vindo de um local de risco de contágio elevado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros criou uma linha de apoio, disponível através do telefone 217 929 755 e do e-mail [email protected], no caso de existirem dificuldades no regresso a território nacional.


Outra recomendação é o registo na aplicação móvel gratuita “Registo Viajante”, disponível para smartphones Android e IOS, que permite ser imediatamente localizado e contactado em caso de emergência.

Gonçalo Dourado

Deixe um comentário

Tem uma Dica?

Contamos consigo para investigar e noticiar

- Publicidade-
- Publicidade-
- Publicidade-

Professor Horta Correia é referência internacional em Urbanismo e História de Arte

Pedro Pires, técnico superior na Câmara Municipal de Castro Marim e membro do Centro...

O legado do jornal regional que vai além fronteiras

No sábado passado, dia 30 de março, o JORNAL do ALGARVE comemorou o seu...

Noélia Jerónimo: “Cozinho a minha paisagem”

JORNAL do ALGARVE (JA) - Quem é que a ensinou a cozinhar?Noélia Jerónimo (NJ)...

Realidade algarvia afeta saúde mental dos jovens

Atualmente, a incerteza sobre o futuro académico e profissional preocupa cada vez mais os...

Plano de gestão da Ria Formosa e Sapais de Castro Marim encontra-se em consulta pública

O Plano de gestão das Zonas Especiais de Conservação (ZEC) da Ria Formosa/Castro Marim...

Mulher alemã de 26 anos morre após cair de falésia em Sagres

Uma mulher com 26 anos, de nacionalidade alemã, morreu hoje, dia 15 de abril,...

AMAL promoveu nova ação de fogo controlado

O Gabinete Técnico Florestal Intermunicipal da AMAL promoveu uma nova ação de fogo controlado...

Castro Marim recebe Campeonato Regional de BTT-XCO

Castro Marim vai receber mais uma prova desportiva, o Campeonato Regional do Algarve de...

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.